Um levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), que analisou o índice de inovação dos estados brasileiros em 2024, mostra que o Nordeste tem avançado cada vez mais no setor. Dos oito estados que subiram no ranking, na comparação com 2020, quatro ficam na região. O maior destaque foi o Ceará, que passou da 10ª para a 8ª colocação. Rio Grande do Norte, Piauí e Alagoas também apresentaram crescimento na capacidade de inovação.
O Nordeste obteve ainda o segundo lugar em sustentabilidade ambiental, ficando atrás apenas da região Sudeste. Em outro indicador importante, que levou em conta o número de incubadoras, aceleradoras, parque tecnológico, acesso e velocidade à banda larga, a região ficou em terceiro lugar, perdendo para Sul e Sudeste, segundo e primeiro lugares, respectivamente.

Para Rodrigo Miranda, CEO da G.A.C. Brasil, consultoria que faz parte do G.A.C Group, presente na França, Alemanha, Singapura, Romênia, Canadá e Marrocos, o momento é muito positivo para o Nordeste e demonstra que está acontecendo um esforço coletivo em prol da região.
“A posição de liderança do Ceará no índice de inovação, por exemplo, reflete a soma de esforços do setor produtivo, poder público e sociedade civil para valorizar e fomentar a inovação. O Nordeste agora está em terceiro lugar também em produção científica, mostrando que as universidades têm priorizado a pesquisa e inovação, fundamentais para o estabelecimento de parcerias de inovação aberta. Esse cenário promissor abre muitas oportunidades para as indústrias”, avalia.
Desafios
Rodrigo, no entanto, lembra que o Nordeste ainda enfrenta alguns desafios. Em 2024, as seis primeiras posições do índice FIEC de Inovação foram ocupadas por estados das regiões Sul e Sudeste, assim como nos cinco anos anteriores. Já no outro extremo, os estados com menor pontuação estão localizados no Norte e Nordeste. Essa disparidade ressalta a desigualdade entre as regiões brasileiras.
“Nos últimos anos, as regiões que lideraram o ranking foram o Sudeste e o Sul, evidenciando uma concentração histórica da inovação nesse eixo específico. Isso exige um maior esforço e investimentos nas regiões Norte e Nordeste em busca de resultados mais contínuos e expressivos”, avalia Miranda.