O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 14/4, que vai anunciar tarifas para o setor farmacêutico “em um futuro próximo.”
Em coletiva de imprensa, ao lado do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, o republicano disse que companhias farmacêuticas estão em outros lugares, como China, não mais nos EUA. “Quanto maiores as tarifas, mais rápido as empresas vêm para cá”, disse, repetindo seu mantra: “depois de Deus, amor e família, tarifa é a palavra mais bonita do dicionário”.
O problema, pelo menos para os planos de Trump, é que para o setor produtivo dos EUA a palavra tarifa começa a causar desconforto. Alguns setores pressionam o governo a recuar das taxações, caso dos produtores de soja, que falam em quebradeira caso a China substitua as importações da leguminosa norte-americana pelas de outros países produtores.
As montadoras de veículos também demonstraram insatisfação com a condução da política econômica do republicano. Nesse caso, conseguiram um aceno positivo.
Nesta segunda-feira, Trump prometeu buscar saídas para aliviar os impactos das tarifas sobre a indústria de veículos. “Estou vendo uma maneira de ajudar as montadoras… elas precisam de um pouco mais de tempo para se ajustar. Talvez possamos fazer algo relacionado às partes de veículos dentro do USMCA, não sei.”
Ainda na sexta-feira (11), o presidente dos EUA já havia recuado da taxação de importações de smartphones e outros aparelhos eletrônicos, alertado de que os preços desses produtos disparariam uma vez que a China é a origem de grande parte deles.
Mas logo em seguida publicou em sua rede social, a Truth Social, que “não foi anunciada nenhuma exceção de tarifas na sexta-feira”. Ao dizer que nenhuma “exceção” tarifária foi anunciada, o presidente norte-americano acrescentou que “estes produtos (tecnológicos) estão sujeitos a 20% da tarifa de fentanil já existente, e eles estão sendo apenas colocados em um balde (uma rubrica) tarifária diferente”.
Para Trump, não há recuo, apenas ajuste de rota para uma política que já considera vitoriosa. Ao comentar os impactos econômicos das tarifas, afirmou: “Estamos fazendo US$ 3 bilhões por dia”. Segundo ele, os mercados “estão fortes agora que se acostumaram com as tarifas”, embora os mercados tenham exigido uma pausa temporária, de 90 dias, na semana anterior.