Cooperativismo e inovação impulsionam a produção de coco e laranja no Sul de Sergipe

Os Produtores rurais do Sul de Sergipe estão ampliando a produtividade da agricultura familiar com inovação e crédito. Desde 2020, um modelo cooperativista tem fortalecido o setor, e, há um ano, uma parceria com o Banco do Nordeste (BNB) vem impulsionando o plantio, beneficiamento e comercialização de produtos como coco e frutas cítricas. A produtividade cresceu 12% em três anos, com meta de atingir 15% até dezembro.

Atualmente, 484 produtores integram a Cooperativa de Produção, Comercialização e Prestação de Serviços dos Agricultores Familiares de Indiaroba e Região (Cooperafir). O grupo coordena um plano de trabalho baseado em cinco frentes de inovação, com investimentos que vão da geração de energia renovável a estratégias de marketing.

Primeiras iniciativas

O primeiro passo foi o reforço no combate à política, por meio do projeto Rede Citros, coordenado pela cooperativa em parceria com a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro).

Em 2023, o projeto foi aprovado em um edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci), operacionalizado pelo BNB, garantindo R$ 529 mil para o controle de cláusulas que afetavam os pomares de laranja em seis municípios da região: Estância, Santa Luzia do Itanhy, Indiaroba, Umbaúba, Cristinápolis e Tomar do Geru, todos no sul do Estado.

“A laranja, símbolo da economia sergipana, sofreu grandes perdas devido a pragmáticamente como a mosca negra. Esse projeto fortalece um caminho seguro para resgatar a produtividade e viabilizar a atividade econômica”, explica Lenin Falcão, gerente executivo de desenvolvimento territorial do BNB.

Agricultores familiares da cooperativa, ao lado do agente de desenvolvimento do BNB, Djalma Cardoso (Foto: Ascom Cooperafir)

Além do Fundeci, a cooperativa participa do Programa de Desenvolvimento Territorial do BNB (Prodeter), ampliando sua capacidade de crédito por meio do Plano de Ação Territorial da Citricultura. “O relacionamento com o Banco foi reforçado, e novos recursos devem chegar nos próximos meses, beneficiando diversas culturas agrícolas e elevando a renda dos agricultores”, afirma Djalma Cardoso, agente de desenvolvimento do BNB.

Diversificação e sustentabilidade

 

Os agricultores familiares trabalham na produção de citros (laranja, limão, tangerina, maracujá), na policultura de frutas (abacaxi, acerola, genipapo, manga, caju, mangaba, acabate), no plantio de raízes (macaxeira, batata-doce, inhame) e na fabricação de subprodutos, como geleias, biscoitos, doces e farinhas em geral. Mas o carro-chefe é a produção de coco, que ultrapassou a laranja na preferência do produtor.

 

O coco processado abastece municípios de Sergipe, Bahia e Alagoas, além das regiões Centro-Oeste e Sul do país. Além disso, uma fazenda em Jandaíra (BA) envia um subproduto para exportação na Europa. O processo de inovação conta com cinco frentes de trabalho em andamento:

 

> A criação de uma usina de energia solar (para atender a todos os prédios públicos de Indiaroba);

> A criação de uma usina de carvão natural (à base de cascas de coco);

> A implantação de uma fábrica de polpas de frutas (para processar 16 frutas, incluindo açaí);

> O investimento na criação de suínos (que já ganhou adesão de 54 cooperados);

> A montagem de uma loja na Linha Verde (para venda de todo o portfólio de produtos), com acesso turistas e empresários;

 

O presidente da Cooperafir, Marcos Paulo, explica que existe uma rede integrada de necessidades e benefícios para as cadeias produtivas envolvidas.

 

“Temos um olhar holístico, para o todo. Nós atuamos na produção, mas também na indústria e nos envolvemos em outros mercados. Por isso a implantação da usina de energia solar, o aproveitamento da casca do coco, que iria para o lixo, mas pode virar o carvão natural. Já a produção de suínos pode atender a uma demanda de 500 animais por semana. Estamos no começo, com ajuda da engenharia agronômica, das inovações na genética, e já investimos em cerca de R$ 100 mil em infraestrutura”, detalha.

 

O projeto financiado pelo Fundeci, para controle de legislação, deve ser executado até dezembro deste ano. Já o plano de trabalho maior, que integra as cinco frentes de inovação, deve ser concluído pela cooperativa até 2026.

 

 

*Com informações do BNB

 

 

 

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Luciana Leão

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