A Ascensão ao poder diante de extremos a exigir “jogo de cintura”

Presidente da Câmara Federal admite ter que enfrentar pautas Bomba de alta repercussão

Leia a entrevista exclusiva publicada na edição 217, ou se preferir acesse o conteúdo no APP da Nordeste clicando aqui

 

Por Walter Santos

 

 

Em primeira iniciativa logo após a posse na Câmara Federal, o presidente Hugo Motta, reuniu a imprensa da Paraíba para uma entrevista exclusiva na qual abordou os problemas que enfrentará diante da radicalidade entre Esquerda e Direita admitindo que vai sentar com as representações partidárias para enfrentar pautas consideradas bombas.

Ele não só abordou os assuntos nacionais de forte impacto como também avaliou internamente a sua situação na Paraíba em 2026, se será candidato à reeleição ou ao Governo do Estado. Acesse a íntegra da entrevista:

 

Revista NORDESTE – O Sr. atraiu como emblema na sua fala de  posse na presidência da Câmara Federal a figura histórica de Ulysses Guimarães, que até teve conexão com o líder político paraibano Antônio Mariz, ambos fundamentais na Constituinte. Por que essa abordagem significativa?

HUGO MOTTA – Trazer Ulysses Guimarães, trazer a nossa Constituição é sempre, para nós que estamos na política, um estímulo para que não nos desviemos daquilo que nós devemos fazer enquanto representantes da população, sabedores das nossas responsabilidades, não abrindo mão das nossas convicções, defendendo essa independência e buscando sempre ter os assuntos do país em primeiro lugar.

 

NORDESTE – Qual o significado de futuro?

HUGO MOTTA – Esse será o nosso grande desafio e eu espero poder implementar, enquanto presidente da casa, uma agenda eficiente e produtiva em favor dos mais de 200 milhões de brasileiros que esperam, do nosso trabalho, penso eu, entregas e resultados importantes para o crescimento e o desenvolvimento do nosso país.

 

NORDESTE – E o significado pragmático politicamente com a ênfase na posição de Centro, que também não deixa de ser ideológico?

HUGO MOTTA –  Ser de centro não é de ausência de posição, mas de ausência de preconceito. Na nossa fala também dá para ser interpretada como posicionamento de um movimento político que não tem dificuldade de se assumir com uma posição exatamente de centro e assim trazendo virtudes nesse centro.

 

NORDESTE – Como esse agrupamento político vê nesta sua mensagem a oportunidade política de apresentação de uma nova  alternativa para as eleições de 2026?

HUGO MOTTA – A ideia, quando nós falamos isso, não é porque nós temos um nome ou um projeto de poder para as próximas eleições. É, sim, uma constatação de que os polos que governaram ou governam o nosso país, seja ele um polo de esquerda, um polo de direita, precisam cada vez mais fazer política com mais racionalidade. E não ficarem presos muitas vezes a narrativas, a preciosismos que, na verdade, não representam aquilo que a população espera de nós.

 

NORDESTE – E então quais as consequências ?

HUGO MOTTA – Então, o nosso discurso, a nossa fala, é para que esse gesto de maturidade política que a Câmara deu, encontrando uma unidade em torno de um nome para presidir a casa, a exemplo do que  o Senado também fez isso com a eleição do senador Davi Alcolumbre, que isso possa perseverar, que nós tenhamos a capacidade que, com essa maturidade e com esse desejo de poder ver o Brasil prosperar, ver o Brasil passar, como também eu disse na minha fala, podermos trazer o poder executivo para esse sentimento, a oposição para esse sentimento e ao final discutimos o que é importante para o país.

 

NORDESTE – E os efeitos na possibilidade de antecipação de 2026 já no tempo presente?

HUGO MOTTA – Não há de nossa parte nenhum interesse de antecipar o debate eleitoral de 26. O interesse agora é trabalhar pelo Brasil. Nós temos que deixar de ser o Brasil do futuro para ser o Brasil do presente.

E o Brasil do presente é enfrentar a agenda que o país tem nesse momento para o nosso país, enfrentar os problemas, discutimos as grandes pautas, segurança pública, infraestrutura, sustentabilidade, educação, saúde, pública para as pessoas com deficiência, podemos discutir o autismo, discutir a mulher na política, podemos avançar numa agenda que possa atender a complexa pluralidade que a sociedade brasileira tem.

Esse é o grande desafio que nós temos e penso que com esse discurso de centro, sem se preocupar de onde a ideia vem, mas para onde ela nos leva poder enfrentar uma agenda. Se uma ideia é boa e veio da direita, vamos discutir essa ideia, vamos tratar dessa pauta. Se a ideia é boa e veio da esquerda, fortalecemos o debate, discutimos essa ideia e implementarmos ela para o nosso país, porque com isso, penso eu, nós não estamos aqui a favor deste ou daquele projeto. Quando agimos assim, estamos a favor do país.

 

Pautas Polêmicas

 

NORDESTE – Como o Sr encara as pautas polêmicas, de costumes? Como o senhor pretende construir consensos diante dessa ordem do dia para que essas pautas mais polêmicas, pautas que muitas vezes não constroem, portanto, como  por em prática pautas positivas?

HUGO MOTTA – Por mais que o presidente tenha o poder da pauta, ele não faz uma pauta única e exclusivamente sobre a sua vontade. Existe um colégio de líderes representando os partidos que compõem a casa, que se reúnem semanalmente para definir as matérias que serão votadas.

Essas pautas ideológicas, as pautas de costume, penso eu, que elas não estão na prioridade do dia. É um debate interessante, é, às vezes, até nos motiva mais do que debater coisas mais burocráticas, mas o que nós temos visto ao longo do tempo? Que essas pautas muito mais dividem o país do que, na verdade, trazem benefícios imediatos.

 

NORDESTE – O que na sua opinião gera esse enfrentamento. Por quê?

HUGO MOTTA – Porque a ideologia, o costume, é muito daquilo que cada um tem sobre o seu aspecto, da sua vida, da sua criação, da sua formação educacional, da opção que você fez, e respeitar a opção de cada um é aquilo que o Brasil sempre soube fazer ao longo da sua história. Nós nunca doutrinamos, e eu não defendo nenhum tipo de doutrina, seja ela qual for, a forma desse ou daquele pensamento.

 

NORDESTE – Novamente, Por quê?

HUGO MOTTA – Porque isso é você estar, é, procurando interferir naquilo que é para nós sagrado, que é a sua opção individual. Então, quando o Congresso adentra nessas pautas, eu penso que acontece isso que justamente você acabou de falar. Nós gastamos muita energia. Ao final do dia, o Congresso está dividido.

Um vai ali vencer ou perder por pouco. Essa ideia quase nunca vai ter seguimento, e nós deixamos de, naquele momento, estar discutindo uma pauta que poderia, por exemplo, mudar a vida das pessoas, como pauta de distribuição de renda, de geração de emprego, de poder discutir aquilo que verdadeiramente o Brasil precisa.

E eu vou procurar, enquanto presidente da casa, naquilo que me é atribuído, naquilo que me é garantido enquanto condutor da pauta, poder sempre forçar para que o Congresso tenha protagonismo e possa ter uma pauta positiva de encontro àquilo que o povo brasileiro espera de nós.

 

NORDESTE – Como o Sr espera tratar pautas do governo especificamente no cenário econômico e fiscal? Ainda precisa votar o orçamento, definir a reformulação de programas sociais, as novas fases da reforma tributária…

HUGO MOTTA – Olha, é lembrar e reafirmar esse papel que o Congresso procurou cumprir ao longo dos anos. Isso é sempre uma âncora de responsabilidade. A Câmara tem feito um trabalho e aí os últimos presidentes, todos aqueles que eu pude acompanhar, nunca se distanciaram de uma coisa que é muito sagrada para nós, que é podermos ter essa estabilidade fiscal e responsabilidade com medidas que não venham a afetar negativamente a economia do país.

O Congresso, na minha avaliação, deve seguir com esse valor. A nossa condução à frente da presidência da Câmara será muito equilibrada nesse sentido, não permitindo que a irresponsabilidade com os gastos públicos seja uma situação que venha a trazer um dano muito grande, principalmente para as pessoas que mais precisam.

Porque é sempre bom ressaltar que não adianta distribuir renda com inflação alta.Não adianta distribuir renda com a moeda fraca. Não adianta distribuir renda sem ter investimentos para que se gere emprego, para que se gere oportunidade de trabalho. Tudo isso está concatenado. Quando você exagera demais para um lado ou para o outro, as consequências vêm.

 

NORDESTE – Como tratar pautas sem gerar privilégios?

HUGO MOTTA – Nós não queremos entrar numa agenda que venha a privilegiar apenas setores mais fortes, o mercado financeiro, por exemplo, ou quem detém o controle, vamos dizer, de maiores recursos dentro do nosso país, em detrimento de quem mais precisa. O Brasil sempre foi e sempre será o país do equilíbrio.

 

NORDESTE – Então qual o foco?

HUGO MOTTA – Por isso que eu fiz questão de reafirmar que não existe crescimento, não existe distribuição de renda sem causa econômica, nem pode existir um país que venha a ter uma priorização daquilo que não é, para a grande maioria da população, uma prioridade, que é cuidar de quem mais precisa, que é podermos ter um Brasil que cresce.

A nossa agenda deve estar justamente voltada para isso, para as pessoas que dependem do poder público para poder os filhos estudarem, que dependem do poder público para poder ter acesso à saúde, que dependem do poder público para poder ter acesso à segurança. Então, é para essas pessoas, penso eu, que nós devemos legislar prioritariamente. E é isso que nós vamos procurar fazer à frente da Câmara dos Deputados.

 

A paraíba no contexto

 

NORDESTE – Presidente, permita regionalizar a pauta tratando da Paraíba, seu estado. Como sua ascensão deve mexer nos investimentos no seu estado?

HUGO MOTTA – Eu digo sempre, que quem não sabe de onde veio, não sabe para onde vai. Eu sei de forma muito legítima o que eu represento aqui na Câmara dos Deputados e sempre que procurei ao longo desses quatro mandatos que estou aqui, nunca me afastar das pautas que são prioridades para mim.

O trabalho em favor dos municípios, a luta por recursos, por emendas, por projetos estruturantes, as parcerias que ajudam e ajudaram muito a mudar e melhorar a vida das pessoas do nosso estado, que precisa tanto de uma atuação política forte.

Chegando à presidência da Câmara, nós não vamos nos afastar dessa realidade. Pelo contrário, nós vamos usar a força que o cargo tem para poder, junto ao governo federal, junto à iniciativa privada, junto aos municípios e ao governo do estado, podermos ter ainda mais parcerias para que a Paraíba, que precisa tanto, que tem tantas pessoas que dependem diretamente do poder público, possam ter cada vez mais esse apoio, mais investimentos, mais obras, mais ações para que essa nossa passagem pela presidência da Câmara dos Deputados represente um tempo que projeta a Paraíba ainda mais.

 

NORDESTE – Qual sua leitura sobre a performance do Governo da Paraiba na atualidade ?

HUGO MOTTA – Nosso estado já vive um bom momento, já tem muitos investimentos, mas sabemos que isso pode ser ainda maior, pode ser ainda melhor, e nós vamos estar sempre em contato com o governador João Azevedo, com os prefeitos e prefeitas, com a nossa Assembleia Legislativa, com também o Senado Federal, para que essa grande parceria de unidade possa representar para a Paraíba tempos de ainda mais crescimento, de ainda mais desenvolvimento.

 

NORDESTE – Voltando à questão conceitual, o Sr tem atraído muitas abordagens por seu efeito conciliador chamando para diálogos como do ex-presidente Artur Lira. Mas há projeção de dificuldades à vista. Como resolver?

HUGO MOTTA – Olha, primeiro dizer que o presidente Arthur Lira cumpriu ao longo desses quatro anos um trabalho muito hesitoso em favor do parlamento, fortalecendo a atuação da Câmara dos Deputados, trazendo pautas importantes, a exemplo agora da última, que chamou muita atenção, pois era uma matéria que estava há mais de 30 anos sendo discutida na Câmara e no Senado, que foi a aprovação da reforma tributária.

E Arthur foi um dos grandes construtores dessa nossa eleição. Então, se ele teve esse papel, é porque ele tem a confiança dos pares e foi um presidente que conseguiu corresponder à confiança dos seus colegas quando presidiu a Câmara por duas vezes. O estilo e a natureza, cada um tem o seu, tem a sua, né? Então, o estilo do presidente Arthur é muito próprio dele. Ele tem as suas qualidades, as suas virtudes e também os seus defeitos.

 

NORDESTE – Qual seu estilo conforme seu conceito pessoal?

HUGO MOTTA – Assim como o deputado Hugo Motta estabelecerá o seu estilo, com as qualidades, virtudes e também os meus defeitos, que não são poucos. Então, eu vou procurar, nesse momento de tanta responsabilidade, me dedicar para ouvir mais.

Eu sempre procuro dizer que o diálogo é a melhor ferramenta para que você possa fazer política pública, para que você possa representar os anseios da população. E, com esse estilo, eu vou procurar ouvir, ouvir, ouvir até ficar rouco, porque, fazendo isso, eu penso que diminui as chances de errar e aumenta as chances de acertar.

E também, na minha fala ontem, eu fiz questão de dizer que, quando um só decide, aumenta muito a chance de errar. Quando você decide com o coletivo, quando você decide em grupo, quando você decide conversar e dialogar, com certeza, a chance de acertar aumenta. E o Brasil não tem mais tempo para errar, a Câmara dos Deputados também não, e vamos procurar acertar em favor do nosso país.

 

NORDESTE – Quais os desdobramentos depois de obter apoio das representações estaduais?

HUGO MOTTA – Nós aqui dialogamos efetivamente  porque, como todos sabem,  recebemos as 27 representações estaduais das bancadas federais aqui na casa, justamente para ouvir de maneira menos contaminada pela questão partidária, pela questão ideológica, sobre o funcionamento da casa, como é que nós podemos encontrar ali ideias que venham a trazer mais eficiência e entrega melhor ao povo brasileiro sobre o funcionamento da Câmara.

 

NORDESTE – Qual é o formato da Câmara Federal?

HUGO MOTTA – É importante aqui ressaltar que a Câmara mudou um pouco o seu formato, principalmente nesses últimos anos, porque atravessamos um período de pandemia. E esse período, onde o Congresso funcionou, nos obrigou a nos reinventarmos.

Nós buscamos uma maneira de produzir legislativamente, de votar as matérias, com todas as imposições que a pandemia nos obrigava, do isolamento social e da impossibilidade do Congresso funcionar de forma normal, como funcionava antes.

A pandemia se acabou, mas algumas coisas que a pandemia trouxe, elas não deixaram, não voltaram mais a ser como eram antes, né? O exemplo no caso de hoje, é, do teletrabalho, por exemplo, que funciona tão bem em muitas empresas, né? Hoje se faz muitas reuniões usando aí os meios digitais, eletrônicos, as videoconferências.

O Congresso também passou a funcionar assim um tempo. E nós tivemos, depois da pandemia, por exemplo, o uso do Infoleg, que é um aplicativo onde os parlamentares votam pelo celular. Isso tem, é realidade para o funcionamento da casa, por ter muitas virtudes.

Você, muitas vezes, está no ministério, não tem que voltar correndo para a Câmara para votar, ajuda, agiliza o processo legislativo. Mas tem uma consequência que, para mim, não é tão boa, que é um pouco do esvaziamento do plenário. O plenário, que é tão importante, é o coração da casa, é ali onde pulsa o sentimento de cada deputado, de cada lado, do governo, da oposição, e o plenário esvaziado perde a casa.

 

NORDESTE – Como se aproximar mais de um modelo presencial mais forte?

HUGO MOTTA – Então, nós vamos procurar, dialogando, encontrar uma maneira onde o plenário possa funcionar melhor, onde o plenário possa ter ali,  o cumprimento da sua grande função, que é ser o palco do debate das ideias.

O parlamento é isso, o parlamento é o enfrentamento, é a discussão, cada um com o seu ponto de vista, onde você vence e é vencido, onde você muda ali, num discurso na tribuna, um voto de um parlamentar que pensava diferente daquilo que você pensava.

Então, nós precisamos voltar com isso, eu tenho esse sentimento, e é um dos pontos que nós vamos tratar amanhã na reunião de líderes, né, na discussão que nós queremos fazer sobre o funcionamento da casa pelos próximos dois anos, buscando o fortalecimento do plenário, numa participação mais maciça, mais massiva dos parlamentares, e a recuperação também, que foi também uma consequência da pandemia, do funcionamento das comissões permanentes, que acabaram também ficando um pouco esvaziadas, pois as matérias hoje, elas são levadas direto ao plenário com os requerimentos de urgência, fazendo com que as comissões não tenham a relevância que já tiveram no passado.

NORDESTE – Quais as consequências regimentais?

HUGO MOTTA – Com isso, os ajustes em discussão, podermos filtrar melhor os requerimentos de urgência. para quê? Se qualquer  deputado apresentar um projeto, tem que passar na Comissão de Educação, se for um projeto de educação, tem que passar na Comissão de Finanças para ver o impacto financeiro, e tem que passar na CCJ para que, a partir daí, esse projeto possa chegar no plenário, porque quando isso acontece, o projeto chega muito mais maduro.

E não ele sendo discutido direto no plenário, muitas vezes os deputados não têm condições de acompanhar tudo aquilo que está sendo votado, e muitas vezes o debate acaba ficando prejudicado, e o projeto que poderia ali ser melhor lapidado, deixa de ser, porque hoje nós temos uma tramitação mais célere, fruto da consequência da pandemia.

 

A questão da anistia nos atos de 8 de janeiro

 

NORDESTE – Como o Sr pretende tratar da anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro?

 

“O tema da anistia divide a Casa hoje”, disse

HUGO MOTTA – Esse tema é o tema que mais divide a casa hoje. Você tem o PL defendendo que se vote a anistia para os presos do episódio de 8 de janeiro, da mesma forma você tem a esquerda, o PT principalmente, defendendo que esse assunto não seja debatido, não seja votado na casa.

Como eu disse aqui inicialmente, a pauta é feita pelo presidente com a participação dos líderes. E, com certeza, esse será um tema que será levado para essas reuniões nos próximos dias, e podemos conduzir com a maior imparcialidade possível.

O presidente Arthur, antes do final do ano, antes do final do seu mandato, estabeleceu que uma comissão especial deveria ser formada para discutir o texto desse assunto. E aí vamos agora, na volta dos trabalhos, com muita responsabilidade, com muita cautela, para não nos excedermos em nenhum ponto, nem a favor de um lado, nem de outro, conduzir esse tema que é tão importante, tão relevante para o parlamento, já que é uma pauta que vem sendo bastante cobrada de ambos os lados.

 

NORDESTE – Como tratar a questão partidária a partir de seu estado na direção de 2026?

HUGO MOTTA – Não é novidade na Paraíba o fato de que o grupo político que nós fazemos parte no estado, que é o grupo político liderado pelo governador João Azevedo precisa manter a unidade. Eu tenho repetido nas minhas falas que eu defendo a unidade desse grupo, eu defendo que estejamos sempre dialogando, não por uma preferência pessoal ou muito menos por um interesse exclusivo do meu partido. Eu defendo a unidade e essa aliança porque ela tem feito bem à Paraíba.

 

NORDESTE – Na sua opinião, qual o conceito do governo atual no estado?

HUGO MOTTA – João Azevedo tem feito um grande trabalho à frente do estado. A Paraíba nunca viu tantos investimentos em todas as áreas, em todas as regiões, em praticamente todos os municípios.

João Pessoa, nossa capital, vive o melhor momento da história. Tudo isso fruto das escolhas políticas que o povo paraibano fez. E é muito meu orgulho estar nessa aliança. Nós vamos trabalhar para que ela possa ser cada vez mais forte, para que o nosso estado possa se engrandecer ainda mais, e com isso estamos honrando, penso eu, a confiança que o povo paraibano depositou em nós. Então, quero aqui reafirmar essa nossa posição de unidade, discutir 2026 no momento certo, não antecipar o debate eleitoral.

 

NORDESTE – E agora, o que fazer?

HUGO MOTTA –  O momento agora é de trabalho. O que a população quer dos políticos nesse momento é que cada um cumpra ali o seu dever, que cumpra aquilo que o ajudou, o credenciou a estar exercendo o cargo público que cada um ocupa. Com isso, podemos não deixar o momento eleitoral, né, interferir e atrapalhar esse bom momento que a nossa Paraíba está vivendo. Então, aqui reafirmo,o meu sentimento de unidade e de reconhecimento a esse bom momento que a Paraíba está vivendo.

 

NORDESTE – Qual seu futuro político – partidário a partir da Paraíba e de Brasília?

HUGO MOTTA – Olha, primeiro, vamos dizer que tem pouquinho tempo que eu acabei de ser eleito presidente da Câmara, não é? E todos aqui sabem que esse projeto político não estava, vamos dizer, no nosso planejamento, antes que ali pudesse aparecer o nosso nome como uma solução de consenso para pacificar a casa.

Essa construção nos obrigou, não a desviar a rota, mas nos obrigou a focar nesse projeto que, penso eu, é importante para a Paraíba. Você ter um filho da terra, um paraibano chegando a um dos cargos mais importantes da República, para representar o nosso estado, lutar por ele, poder fazer com que esse trabalho aqui represente para a Paraíba tempos de desenvolvimento, de crescimento, e vou procurar honrar, essa confiança, dando o meu melhor pelo meu estado, dando o meu melhor pela minha gente.

 

NORDESTE – E 2026?

HUGO MOTTA –  Com relação a 2026, nós temos um tempo para discutir isso até lá, não é? A nossa chegada aqui, penso eu, vai ser tão boa para a Paraíba, vai ser tão proveitosa, que nós vamos ter a condição de lá na frente até entender aonde o Hugo pode ser mais útil à Paraíba. Aonde eu posso servir mais ao nosso povo.

A vida de um político não é decidida apenas do ponto de vista pessoal. Eu sempre disse isso, eu sempre fiz política de grupo, eu sempre procurei trabalhar para ter um partido forte, que não tivesse apenas um líder ou o líder e um familiar próximo, não. Hoje nós temos um partido que tem muitas lideranças no estado da Paraíba.

E essa sempre foi a forma que eu procurei fazer política, agregando lideranças, agregando pensamentos divergentes, agregando pessoas diferentes… De aglomeração partidária, porque, quando fazemos isso, nós estamos trazendo a sociedade, nós estamos dividindo responsabilidades, nós estamos distribuindo atividades, nós estamos, com isso, procurando engrandecer o processo de discussão interna para que o partido, na sua divergência, possa representar melhor a nossa população. Então, eu vou estar sempre à disposição do povo da Paraíba, vou estar aqui sempre pronto para servir a quem me colocou aqui onde eu estou nesse momento.

 

NORDESTE – Enfim, qual a projeção de futuro?

HUGO MOTTA – Então, eu quero deixar de forma muito tranquila, a nossa posição de que eu estarei em 2026 onde o povo da Paraíba entender que eu possa servir melhor o meu estado. E essa função, ocupada por mim, ocupada pelo ministro Herman no STJ, pelo ministro Vital do Rego Filho no TCU, por Carlos Vieira na Caixa, Taciana no Banco do Brasil, os nossos senadores, o senador Efraim é líder do seu partido, a senadora Daniela ontem foi eleita primeira secretária, o senador Veneziano até ontem era primeiro vice-presidente do Senado, ou seja, são paraibanos que ocupam funções de destaque.

Temos também paraibanos líderes, assim como foi Gervásio, Romero, o deputado Aguinaldo, o deputado Damião, o deputado Wellington Roberto, ou seja, paraibanos que participam da discussão ativa aqui da política em Brasília.

Eu penso que esse bom momento que a Paraíba vive deve ser bastante aproveitado para que possamos levar para o nosso estado o retorno e o resultado de estarmos aqui em Brasília, onde se tomam as decisões importantes para o país, levarmos um retorno positivo para a nossa população, para aquelas pessoas que mais precisam, que dependem de nós, dependem do nosso trabalho, e possam ter a sua vida melhorada em todos os aspectos, fruto desse trabalho dos paraibanos que estão aqui e não esquecem o porquê estão aqui, não esquecem de onde vieram e fazemos a construção, penso eu, de uma Paraíba cada vez melhor.

 

NORDESTE – Para concluir, o que Patos como berço político de sua família pode esperar?

HUGO MOTTA – A minha cidade, quem primeiro me projetou politicamente, aumenta ainda mais minha responsabilidade. Nós vamos buscar, é claro, tendo sempre muito equilíbrio, de priorizar as ações e as parcerias com o município.

Nós já temos uma história de serviço prestado à cidade, muitos recursos arrecadados, muitas obras feitas. O prefeito Nabor tem feito uma gestão muito responsável, uma gestão que tem tido o reconhecimento da população, basta até expressar a votação que ele recebeu para exercer o quarto mandato como prefeito.

E o nosso intuito, nosso objetivo, para que a cidade possa seguir crescendo, seguir se desenvolvendo, é fortalecer essas parcerias com o governo federal, levar ainda mais investimentos para que a gestão do prefeito Nabor possa seguir trabalhando firmemente pelo desenvolvimento e o crescimento de Patos.

Podem ter certeza que eu não esqueço a minha terra e que eu vou procurar aqui corresponder, como já disse, com ainda mais responsabilidade e a confiança que o povo patoense tem em nós. Quero por fim agradecer a todos aqueles que torceram, que enviaram mensagem, peço aqui que continuem a enviar essas mensagens, ideias, cobranças, críticas, porque o nosso intuito é acertar, é poder representar bem você que nos colocou aqui.

E podem ter certeza que Patos, para nós, será sempre uma prioridade. Eu vou buscar honrar a confiança do meu povo, a confiança da minha gente, que sabe que nós temos sim um amor muito grande pela nossa terra, e com isso poder agora, na função de presidente da Câmara, trabalhar cada vez mais para que Patos possa ser uma cidade cada vez melhor.

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Redacao RNE

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