Nenhum estado do Nordeste figura entre os dez primeiros colocados no ranking de inovação do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). O levantamento revela que a região ainda enfrenta desafios estruturais para impulsionar seu desempenho, com dificuldades em ambiente regulatório, infraestrutura e qualificação da força de trabalho.
O Maranhão está entre os estados com os piores índices, ocupando a penúltima posição em 2024 com 0,125 pontos. O economista-chefe do INPI, Rodrigo Ventura, explica que “os estados do Nordeste, em termos relativos, não vão muito bem em dimensões como ambiente institucional, acesso a tecnologias da informação e qualificação profissional, o que impacta diretamente a capacidade de inovação”.
Alagoas, que ocupava a última posição em 2014 com 0,121 pontos, apresentou melhora, subindo para o 21º lugar em 2024, com 0,143 pontos. Esse avanço, ainda que modesto, indica que há esforços sendo feitos para reverter o quadro de baixa inovação na região.
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No cenário nacional, o Acre aparece na última posição no ranking mais recente, com 0,111 pontos, após perder quatro colocações.
São Paulo segue na liderança e Sul avança
No topo do ranking, São Paulo mantém sua posição de destaque, passando de 0,877 para 0,891 pontos entre 2014 e 2024. O estado concentra mais de 60% dos investimentos em inovação no país, com polos como o Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos e instituições de referência como Unicamp e USP.
A região Sul se destaca com Santa Catarina assumindo a segunda posição (0,415 pontos), ultrapassando o Rio de Janeiro. O Paraná também teve forte crescimento, saltando da sexta para a terceira colocação com 0,406 pontos.
Segundo o especialista em gestão de riscos e inteligência artificial Frank Ned Santa Cruz, fatores como incentivos fiscais, criação de espaços de inovação e fomento a parcerias público-privadas são essenciais para o desenvolvimento tecnológico. “Criar um ambiente favorável à inovação é fundamental para atrair investimentos e impulsionar o crescimento econômico”, ressalta.
O estudo do INPI reforça a necessidade de políticas públicas mais assertivas para estimular a inovação no Nordeste, garantindo maior acesso a tecnologia, qualificação e incentivos que permitam um salto no ranking nos próximos anos.