Dados do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento Básica (SNIS), ano-base 2022 apontam que mais de 37 milhões de pessoas no Nordeste não têm acesso à coleta de esgoto, e apenas 34,3% do esgoto gerado é tratado. Isso equivale ao despejo diário de 1.398 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento diretamente na natureza. Em 2024, considerando os 366 dias do ano, serão mais de meio milhão (511.668) de piscinas olímpicas de esgoto despejadas nos corpos hídricos da região.
A Bahia apresenta os piores índices de despejo irregular entre os estados nordestinos, seguida por Ceará, Maranhão e Pernambuco, onde cada estado lança mais de 200 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento diariamente no meio ambiente.
A precariedade desses serviços básicos resulta em hospitalizações e óbitos por doenças associadas à falta de saneamento como diarreia, febre amarela, dengue, leptospirose, malária e esquistossomose Segundo o DATASUS 2022, presentes no Painel Saneamento Brasil, mais de 75 mil pessoas foram internadas no Nordeste por essas enfermidades, resultando em mais de 800 óbitos.
Além disso, o despejo irregular de esgoto compromete o meio ambiente, contaminando rios, mares e lagos, afetando a fauna aquática, desestabilizando ecossistemas e prejudicando o abastecimento de água de comunidades que dependem dessas fontes naturais.
Para reverter esse cenário alarmante, segundo estudos do Instituto Trata Brasil, é indispensável priorizar o saneamento básico como uma pauta para o desenvolvimento do Nordeste. “Isso exige maiores investimentos na infraestrutura de saneamento básico”, avalia Luana Pretto, presidente do Instituto Trata Brasil.
Luana enumera os benefícios da melhoria dos serviços básicos que são “incontáveis”: além de melhorar significativamente a saúde e a qualidade de vida da população, a universalização do saneamento impulsionará a economia local, reduzindo gastos com saúde pública e fomentando atividades como o turismo.
“Rios e praias mais limpos, por exemplo, atrairão visitantes e fortalecerão a imagem da região como destino turístico, gerando emprego e renda para milhares de habitantes”, acrescenta.
*Com Informações e foto: Instituto Trata Brasil
O Reuso, ao agregar valor econômico ao esgoto, contribuiria bastante para aumentar o investimento em saneamento básico.
Isto porque o efluente tratado que constitui a matéria prima para produção da água de reuso, seria mais uma fonte de receita para a empresa de saneamento seja pública ou privada.
Porém, um projeto de Reuso Agrícola não geraria apenas receita financeira, produziria também o que nas análises econômicas recebe o nome de Superávit Social.
Observem que um efluente, mesmo tratado, é considerado pela sociedade como um “mal econômico”, ou seja, o oposto do bem econômico.
Concluindo, o superávit se daria porque um projeto de Reuso Agrícola transformaria um mal econômico, (efluente) em fator de produção de alimentos,(água de reuso).
Eis o superávit social, tão valorizado em projetos de desenvolvimento financiado pelo Banco Mundial.