Por Walter Santos
Deputada estadual Francisca Motta, avó do favorito a presidente da Câmara Federal, revela detalhes sobre a formação do jovem parlamentar em entrevista exclusiva ao jornalista e editor-chefe da revista NORDESTE, Walter Santos. Leia abaixo ou se preferir acesse pelo APP da Nordeste aqui
O universo político brasileiro conhecerá a partir agora a origem do jovem deputado federal Hugo Motta desde seus primeiros passos como jovem em formação na cidade de Patos, a 302 km de João Pessoa, cuja realidade é exposta pela primeira vez pela avó do parlamentar revelando tudo com exclusividade. Nesta abordagem em primeira mão, os primeiros passos do jovem líder estão como prova de seus primeiros passos na política como filho de prefeito e neto de deputado federal com compromissos sociais. Leiam:
Revista NORDESTE – Como quem acompanha o cidadão Hugo Motta desde os primeiros passos de vida, qual o impacto que a Sra vive diante da dimensão de seu neto com perspectiva de ser presidente da Câmara Federal?
FRANCISCA MOTTA – Para mim, a grande surpresa é o tempo em que está ocorrendo, a idade. A capacidade nunca houve dúvida. Eu nunca tive dúvida, não. Sempre tive a certeza que Hugo chegaria longe. É um misto de satisfação, de alegria. Sei que ele está realizando sonhos, mas também me atrai preocupação com o tamanho da responsabilidade dele. Sempre deu demonstração de muita responsabilidade, de equilíbrio, de descentralização de poder, é um conciliador, então, Hugo, sempre desde jovem, ele passou e passava para todo mundo essa imagem.
NORDESTE – Como a Sra define na infância e juventude em termos de formas dele proceder?
FRANCISCA MOTTA – Ele sempre foi muito precoce. Tudo o que ele fazia, que ele falava, a gente achava que aquilo ali não eram palavras, não era comportamento de criança, era um comportamento de adulto voltado para a política. Ele tinha atenção aos eleitores, ele tinha muita atenção, como a minha casa, que era uma casa política, tinha atenção a vereadores, ele ouvia, sabia receber, tinha preocupação de receber bem, chamava as secretárias pra que nada faltasse, então sempre ele foi assim, tinha um estilo de política, mas um político já de idade.
Ele, quando criança, já demonstrava uma preocupação daquelas pessoas que chegavam na minha casa, aquelas pessoas saírem satisfeitas. Conversava como um adulto. Por exemplo, quando eu estava em programa de rádio, sem nada combinado, ele ligava para elogiar o meu trabalho, deixava todo mundo, assim, impressionado.
NORDESTE – Havia alguma interrogação sobre o procedimento precoce?
FRANCISCA MOTTA – Eu ficava indagando como é que um adolescente, um jovem, quase uma criança, estava no programa de rádio e falava assuntos tão sérios, mesmo sendo com a avó? Mas ele sempre levou pra esse lado, esse lado de ser adulto precoce, então sempre pra mim eu saía da rádio satisfeita, feliz, muito feliz pelo adolescente, pelo neto que estava demonstrando aquele conhecimento e aquela ligação com o povo.
Eu sempre saía, eu era votada na serra e ele ficava focado para quem eu estava falando lá no sertão, na Serra de Teixeira. Era ser votada ainda em muitas cidades e ele me acompanhava demais. Ele deixava de estar com os amigos, de brincar, para querer ir comigo pra cidades.
NORDESTE – Há algum fato diferenciado na sua lembrança ?
FRANCISCA MOTTA – Aconteceu um dia que era 15 anos dele. Eu lhe disse: querido, fique, talvez sua mãe vá fazer um bolinho, você chama seus colegas. E ele disse que não, que queria ir comigo para atividade política. Eu ia bem distante. Quando nós estávamos voltando de um compromisso político, lá numa casa de Dr. Zezinho, que era um ex-prefeito de Água Branca, fizeram um bolo para ele.
Dar o parabéns pois era 15 anos que ninguém esquece. Ainda hoje, quando eu chego na casa dele, por ter sido comemorado na casa desse chefe político, já mais de meia-noite, e ele ali participando, pessoal batendo palma, cantando parabéns e ele no meio. Sabia de todas as músicas.
NORDESTE – O que há de especial em algum tempo?
FRANCISCA MOTTA – Houve uma campanha que eu escondi até as bandeiras para ele saber que tinha passado já o tempo, e lembro de um fato que aconteceu. Era uma campanha de governador e senadores pois eram três candidatos: Mariz, Ronaldo e Humberto Lucena e houve aquele episódio dos calendários, que o Humberto foi afastado e ele ficou muito triste. Criança, ele olhou para mim e indagou: “Vovó, ninguém pode mais dizer vote nos três?” que era um slogan, “um voto nos três, Humberto, Ronaldo e Mariz.”
E ele chegava perto de mim, parecia um adulto, preocupado com aquele resultado, que graças a Deus depois deu tudo certo pois Humberto foi anistiado graças a força do discurso de Mariz e Hugo sempre muito precoce, precoce em amizade, precoce sem que queria fazer assim voltou a sorrir.
NORDESTE – Como foi a formação acadêmica de Hugo Motta?
FRANCISCA MOTTA – Ele escolheu fazer medicina, de início, mas eu mostrava a ele e ele sabia que a medicina precisa de dedicação, mas independentemente da força do curso, a prioridade era estudar e ele estudava muito. Vazava noites estudando. Mas sabia, quando foi para escolher que ele poderia ser candidato a deputado federal mesmo ele estando e fazendo medicina.
E eis que Nabor [Wanderley], o pai, chega na minha casa. Chegou com o Hugo, e seu pai era o candidato a deputado estadual, mas ele achou que não devia se afastar da Prefeitura de Patos, pois deveria continuar como prefeito. Aí vinha combinar comigo, pensando em combinar comigo para apontar Hugo vir a ser candidato a deputado federal, mesmo sabendo da idade de Hugo, e que fazia medicina, bem jovem ainda, aos 20 anos, né, porque completou 21 já em setembro, bem próximo da diplomação.
NORDESTE – E aí, como conviver com essa novidade?
FRANCISCA MOTTA – Quando ele falou da possibilidade para mim, e ele, que eu olhei nos olhos de Hugo, ele olhou para mim, pedindo, pediu com os olhos. Quando eu vi, assim, com o olhar dele, como tava dizendo que queria ser o candidato, eu disse: “Pronto, pode ser?” Já que eu estou vendo que o meu voto vai ser vencido, que você tá querendo, que na boa você será candidato com meu apoio.
Eu disse: “Ele trouxe aqui para combinar comigo, mas você tem que continuar o seu curso de medicina, é um compromisso que você vai assumir comigo agora, e ele assumiu o compromisso comigo, e realmente ele concluiu o curso.
NORDESTE – A Sra é deputada, foi casada com ex-deputado federal, etc, já imaginava que Hugo Motta ascendesse do tamanho atual?
FRANCISCA MOTTA -Eu repito aqui a resposta: tudo que está acontecendo com o Hugo fico pensando agora, eu de fato realmente sempre pensei que ele seria uma revelação, sabia que ele ia sonhar alto, que ele ia querer mais, que ele não ia se limitar a ser um deputado, que já é muita coisa, e ele representa muito bem e é importante para todos nós.
Como foi também o avô dele; o avô materno foi deputado estadual 20 anos, Edivaldo foi Federal, apareceu no segundo mandato e também o avô paterno, que foi também prefeito de Patos.
NORDESTE – O que une passado e presente?
FRANCISCA MOTTA – A maneira rápida, jovem, hoje com 35 anos, apareceu como ele está aparecendo, com as qualidades que são citadas. Ele sabe ouvir, não centraliza as coisas, tem responsabilidade, amigos, e não se limita apenas a conversar com um só partido. Ele tem, assim, uma visão muito abrangente, sabe que a política hoje é uma natureza pública saudável tem que ser assim; quem não faz assim está errado.
NORDESTE – E agora?
FRANCISCA MOTTA – Tem de ter ideal como ele tem, mas coisas estão mudadas. A atual política de ódio, da briga, da divisão e sempre mais briga, assim, isso aí ele alcança mais do que todo mundo. E eu me sinto, assim, muito gratificada, porque estou na idade que eu estou, eu tenho 83 anos, mas sempre tive essa visão, uma visão maior, uma visão humanitária na política. Você tem que fazer na política um lado humano também; não precisa você, para ser um líder, agredir. E é isso que eu vejo nele, ele não tem esse estilo de agressão. Acho isso bonito, isso cada dia me envaidece demais.
NORDESTE – Como ele agia na formação juvenil a merecer registro diferenciado?
FRANCISCA MOTTA – Hugo, na escola, sempre tinha amigos, mas só amigos que ele considerava ficarem amigos verdadeiros mesmo. E eu tava aqui lembrando agora e sempre quando estivesse com o grupo dele, que ele fez medicina, a gente dava comentarios porque, quando mais jovem, que ele não estava ainda em faculdade, ele participava de toda as conversas políticas.
Chegava um político, na hora que eu me sentava, ele sentava também; ele queria ouvir, ele depois ficava ouvindo, mas depois me perguntava. Quem ele não conhecia, procurava saber, ficava conversando. E os políticos saíam lá de casa encantados com ele, loucos com as histórias dele, e contavam muitas dessas perguntas que eu nem ouvia.
NORDESTE – Como era a fase dele no momento estudantil?
FRANCISCA MOTTA – Quando estudante ocorreu que ele estudava e tinha um colega, uma pessoa de Maceió, os meninos vinham lá para casa. Ele era, assim, muito amigo, muito perto, muito próximo, muito solidário. E esse menino bateu no carro e ele ligou pra mim pra eu ir dar um apoio ao menino, né, meu filho, essa hora já de madrugada. Então ele, na mesma hora, lembrou-se que o menino não tinha família em Patos e eu tive que ir.
O pai tomou o carro, que era uma maneira de educar, e ele ia buscar esse amigo e dizia que tinha que buscar. Então ele era muito, sempre foi muito solidário, muito presente nas amizades, muito verdadeiro nas amizades. Mesmo adolescente, muito criança, ele não era aquele de ter muitos amigos.
Um dia eu vi uma pessoa na cidade, de outra pessoa conheço esse menino aí. Ele disse: é, é porque a mãe dele era prefeito, ele vivia muito lá em casa, porque a mãe dele. Ele já tinha um conhecimento político, todo com conhecimento, quando eu olhava tinha por trás alguma coisa voltado para a política.
NORDESTE – Sinceramente, na condição de estudante, sem arrumações?
FRANCISCA MOTTA -Era bom aluno. Foi para Brasília depois de eleito deputado federal, mas tinha um compromisso de fazer o curso de medicina e foi pra faculdade católica de Brasilia. Ele saía muito bem. Foi para lá mesmo com todo o trabalho, de volta pra Paraíba, assim manualmente como ele voltava no início, mas ele sempre era e foi bom aluno, tirando boas notas, sempre muito grato àquelas pessoas que estavam próximas a ele no gabinete, como motorista, e ele tinha, assim, uma… notava aquele, olhava pra cada um com uma gratidão muito grande, porque de qualquer maneira eles estavam próximos dele, e ele tinha que se ausentar todos os dias e voltar naquela hora certa.
NORDESTE – Qual a maior habilidade do deputado federal, também seu neto?
FRANCISCA MOTTA – A grande habilidade de Hugo sempre foi ouvir. Ele ouve muito e não mistura as coisas. Alguém chega com assunto político, um assunto particular, ele sabe reservar, ele sabe separar. É um homem de palavra, ele não esquece. E aconteceu, assim, um fato político que, nesse dia, eu fiquei mais envaidecida dele.
NORDESTE – Conte uma referência de exemplo político palatável?
FRANCISCA MOTTA – Exemplo: houve um acordo com o partido dele e aqueles que foram mais votados e assim representariam as cidades, por cada um. Se existissem dois, aquele que foi o mais votado assumiria o partido naquela cidade. Aconteceu uma cidade que eu tinha uma sobrinha, com o marido candidato.
Aí houve uma festa até tradicional, e ela me chamou para que eu fosse. Quando eu ligo, ele não estava na casa dela. Eu disse: meu filho, não foi para casa da minha sobrinha? Aí ele falou: lembra do acordo? Aqui o candidato é Murilo [Galdino]. Murilo tinha tido 100 votos mais do que ele, e ela era uma sobrinha minha, e mesmo assim, você veja o compromisso, a palavra dele se fez cumprir. Isso aí exemplo e que está acontecendo com o Hugo, porque o exemplo da Paraíba talvez tenha chegado de uma maneira sutil através da bancada.
NORDESTE – Na sua opinião, quem é ele no Congresso Nacional?
FRANCISCA MOTTA – Ele chegou ao Congresso com a condição de homem que ele é, de palavra, de cumprir a palavra, e ele cumpre desde muito jovem. Que hoje nós temos, assim, às vezes até medo de você falar um assunto sério com uma pessoa, e hoje que estão querendo diminuir, assim, a palavra de políticos.
Não é assim; existem políticos, e muitos políticos de palavra. Em toda categoria tem pessoas com palavra e pessoas sem; tornar porque existem homens de bem, e muitos. E eu incluo ele nesse meio de homem de palavra, de homem de responsabilidade, de homem humano, de homem sensato, de homem família.
NORDESTE – Voltando à questão íntima, qual a forma dele agir intimamente na família?
FRANCISCA MOTTA – Olhe, o Hugo é muito preocupado com problemas de doença, ele é muito preocupado comigo. Eu sou, assim, uma pessoa já de idade e por eu ser aquela pessoa que esteve, assim, muito perto dele. Ele é muito preocupado com os filhos, com a mãe, com o pai, é preocupado demais com a esposa, mas ele procura, com aquela sua maneira mansa, de chegar perto se você está doente.
Ele tem uma preocupação; quando eu estive doente, aqui eu vou me tratar, e quando eu tive COVID, na mesma hora ele mandou e imediatamente me buscar para São Paulo. Ele chega perto, mas eu dizer que todos os políticos não têm, assim, esse peso na consciência de estar mais próximo da família, estar mais próximo dos filhos que crescem, e aquela idade não volta mais, não é uma idade, assim, tão bonita, que muitas vezes seria muito bom que estivesse próximo sempre, mas nós sabemos das responsabilidades. Eu acho que nós, familiares de política, nós alcançamos, principalmente quem vive no meio.
NORDESTE – Como ele age para avançar ?
FRANCISCA MOTTA – Eu alcanço muito bem, com limitações, que eu não vou comparar a minha responsabilidade com a de Hugo, com a de quem está distante em Brasília. Eu sinto, assim, que a família, ele realmente tem essa vontade de estar muito perto, mas ele tem essas dificuldades que todos os políticos têm, principalmente ele, que quer dividir tudo, que está presente em todas as decisões.
Mas ele é pelo bem do seu estado, é pelo bem da sua cidade, é pelo bem do Brasil; ligando, estando presente sempre que acontece alguma coisa nova, ele bota uma pessoa para falar comigo. Vovó, fala que ele liga muito, assim, para botar amigos dele que me conhece, conhece, conhece, conhece, conhece minha história de aqui uma palavra com ele.
Ele é muito carinhoso, muito carinhoso. Fala muito bem acima da família; quando ele vai pra um local para descansar, manda me buscar, manda buscar a família. Ele, assim, ele procura dividir, mas graças a Deus ele tem, assim, uma esposa que entende isso muito bem. Ela acompanha e entende bem que ele é desse jeito ele. É presente, e se Deus quiser tudo será compreendido. É presente e se Deus quiser tudo será compreendido.
NORDESTE – A Sra na intimidade acredita na sua eleição?
FRANCISCA MOTTA – Olha, eu nunca faço meus pedidos para que seja feito de todo jeito. Eu quero ver esse resultado e sempre entrego a Deus porque desejo que cubra com seu manto e escolha aquilo que for melhor assim melhor para ele para ser melhor para casa. Não tenho assim fixação no que está para acontecer, pois entregar aquele que eu estou vendo com maior número de partidos que estão apoiando o número de políticos importantes, por isso eu acredito na eleição dele. Mas, repito aqui não é assim que eu quero de qualquer maneira, eu quero se for para a felicidade de tudo.