O Porto do Itaqui, maior porto público do Arco Norte e o quarto maior do Brasil, lançou oficialmente nesta quarta-feira (23), durante a Intermodal South America, o seu Plano de Descarbonização. A iniciativa, pioneira no setor portuário nacional, foi desenvolvida em parceria com a Fundação Valência Port, referência internacional em inovação e sustentabilidade.
O plano é resultado de uma jornada iniciada em 2022, com a elaboração do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), que mede com precisão as emissões do Complexo Portuário do Itaqui — incluindo navios atracados, rebocadores, ferrovias, caminhões e terminais arrendados. O levantamento apontou cerca de 81 milhões de toneladas de carbono equivalente em 2022, ano considerado base para o plano de descarbonização.
Com esse diagnóstico, o Itaqui estruturou um plano com metas progressivas até 2050, prevendo investimentos em infraestrutura verde, digitalização, inovação tecnológica e mecanismos como tarifas com descontos para operações menos energéticas. O plano contempla ainda o engajamento de toda a cadeia logística e estabelece marcos para a transição energética no setor portuário. O plano envolve 21 empresas da área portuária, além de ações como a adoção de caminhões movidos a Gás Natural Liquefeito (GNL), monitoramento ativo da qualidade do ar do Porto, ônibus com tecnologia Euro 6 (redução de gases poluentes), além de gestão ambiental responsável.
“Hoje vivemos um momento histórico. O Itaqui se antecipa aos desafios climáticos e se posiciona como protagonista da transição energética no Brasil. Somos o primeiro porto público do país a lançar um plano estruturado de descarbonização e temos orgulho de compartilhar esse compromisso com o futuro”, afirmou Isa Mary Mendonça, presidente interina da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP), autoridade portuária do Porto do Itaqui.
A gerente de Meio Ambiente do Porto do Itaqui e coordenadora geral da Aliança de Descarbonização para Portos, Luane Lemos, reforça a importância do diagnóstico inicial para o avanço das ações: “Não se trata apenas de cumprir normas ou responder a pressões externas. Nós decidimos agir, estudar nossa vulnerabilidade e liderar a mudança. O inventário foi a fotografia de um momento e, a partir dela, traçamos um plano de ação realista, transparente e alinhado às melhores práticas globais”, frisou.
Representando a Fundação Valência Port, o diretor de projetos Jonas Constante celebrou parceria com o Porto do Itaqui: “É um orgulho fazer parte deste marco para a infraestrutura portuária brasileira. O trabalho desenvolvido aqui é um exemplo de como inovação, conhecimento técnico e vontade política podem transformar a realidade. O Itaqui é hoje uma referência para toda a América Latina”, destacou.
Com mais de 34 milhões de toneladas movimentadas em 2024, o Porto do Itaqui demonstra que é possível crescer de forma sustentável. Reconhecido também como o porto público com mais iniciativas de transformação digital do Brasil, o Itaqui reafirma sua posição de liderança em inovação portuária.