No Baixo Sul da Bahia, mulheres estão assumindo o protagonismo de suas histórias por meio da agricultura familiar e do cooperativismo. A COOOMAFES – Cooperativa Feminina da Agricultura Familiar e Economia Solidária de Valença – é hoje um exemplo concreto de como o trabalho coletivo pode gerar autonomia, renda e dignidade para mais de 100 mulheres da zona rural.
Essa transformação vem sendo potencializada por uma parceria com a Binatural, empresa brasileira especializada na produção de biodiesel, que apoia a cooperativa na comercialização dos produtos e na abertura de novos mercados. A iniciativa mostra o papel estratégico do setor privado no fortalecimento de cadeias produtivas mais justas, sustentáveis e inclusivas.
“Na feira, não apenas vendemos, mas trocamos experiências e nos apoiamos. É um espaço de terapia e celebração”, afirma Maria Joselita Santos, a Branca, liderança da COOOMAFES.
Crescimento
O início da cooperativa foi marcado pelo desejo de romper com uma tradição comum no campo: a produção agrícola ser liderada pelas mulheres, mas a comercialização e o controle da renda ficarem sob responsabilidade dos maridos. A criação de uma feira própria foi o primeiro passo rumo à autonomia. O espaço se transformou em ponto de encontro, aprendizado e fortalecimento mútuo. Atualmente, cerca de 30 mulheres se reúnem semanalmente para vender seus produtos, enquanto mais de 100 fazem parte da cooperativa.
Segundo o Ministério da Agricultura, a agricultura familiar é responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil. As mulheres estão à frente de 40% dessa produção, mas apenas 19% dos estabelecimentos rurais são geridos por elas, de acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE.
“Queremos mudar essa realidade”, diz Branca. A cooperativa estimula a autogestão e a capacitação das cooperadas, combatendo a invisibilidade histórica das mulheres no campo.
Parceria
A parceria com a Binatural tem sido decisiva nesse processo. Além da compra de produtos, a empresa atua como aliada na valorização e no fortalecimento da produção feminina. “Quando vendemos para a Binatural, mostramos que somos capazes. É disso que precisamos: de reconhecimento e oportunidade para transformar vidas”, destaca Branca.
Casos como o de Francildes dos Santos Souza ilustram essa virada. Técnica agrícola e agricultora, ela encontrou na COOOMAFES a chance de romper com um relacionamento abusivo e conquistar independência financeira. Já Larissa dos Santos de Jesus vê na agricultura familiar não apenas um meio de subsistência, mas uma paixão herdada da família. “Aprendi a amar a terra e a cultivar com responsabilidade. Com a cooperativa, crescemos juntas”, diz.
“Fortalecer cooperativas como a COOOMAFES contribui para a segurança alimentar, a geração de renda e a valorização do trabalho feminino. Estamos construindo um futuro mais digno, sustentável e igualitário”, afirma André Lavor, CEO e cofundador da Binatural.
A COOOMAFES também promove ações educativas e comunitárias, que ampliam o impacto social da cooperativa na região. A atuação da Binatural, por sua vez, reafirma o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável e o respeito à vida e ao meio ambiente.