A Future Climate Energy Transition, braço do Future Climate Group, plataforma de negócios climáticos, acaba de alcançar da Verra a certificação do Public Lighting in Brazil Grouped Project. A iniciativa, a primeira do tipo já registrada no Brasil, calcula créditos de carbono gerados pela economia de consumo de energia em iluminação pública.
A aprovação da Verra — entidade sem fins lucrativos baseada nos Estados Unidos uma das maiores certificadoras do mundo de projetos de créditos de carbono — é pré-requisito para a venda dos créditos, que será de responsabilidade da Future.
“Iniciativas que aprimoram a iluminação pública com equipamentos mais modernos e de menor consumo de energia, além de beneficiar o meio ambiente, gerar economia de gastos públicos, diminuir a geração de resíduos e contribuir para a segurança e o conforto da população, agora também podem gerar receitas adicionais”, afirma Fábio Galindo, CEO do Future Climate Group. “A partir dessa certificação, será possível negociar os créditos de carbono gerados no mercado voluntário, tornando projetos dessa natureza mais viáveis economicamente e possibilitando sua escalabilidade”, complementa Galindo.
Os primeiros projetos registrados no Public Lighting in Brazil Grouped Project são os das Prefeituras da capital de Sergipe, Aracaju, e do município baiano de Feira de Santana. Nas duas cidades, luminárias tradicionais da rede pública de iluminação foram substituídas por equipamentos de LED, que são mais eficientes, tanto para a redução de consumo de energia elétrica quanto em sua durabilidade. Essas duas iniciativas tiveram início em 2021 e já estão concluídas.
A partir da economia da energia consumida para o funcionamento das lâmpadas, é possível calcular os créditos de carbono equivalentes. A estimativa é que as duas cidades, somadas, têm potencial para evitar anualmente 9.200 toneladas de CO2 (cada tonelada é equivalente a um crédito de carbono). Em sete anos, período estimado para o ciclo de geração de créditos, esse total seria de aproximadamente 65 mil toneladas de CO2 evitadas.
Certificação
A certificação foi organizada em um projeto agrupado. “É como um guarda-chuva, e outras iniciativas similares, de diferentes municípios ou estados, podem se agregar a essas no futuro, ou seja, a Future está capacitada para realizar projetos semelhantes em mais cidades”, destaca Galindo.
E já há outros projetos em curso, como o de Campinas (SP), onde uma iniciativa do mesmo tipo será submetida à aprovação da Verra. A previsão é que o registro e a emissão dos primeiros créditos de carbono de Campinas sejam realizados no próximo mês de dezembro. O projeto de iluminação pública da cidade paulista corresponde ao dobro da economia de energia e também da geração de créditos de carbono, no comparativo com Feira de Santana ou Aracaju.
Construção dos Projetos
O desenvolvimento dos projetos de Feira de Santana e Aracaju levou dois anos. A Future fez os cálculos de economia de consumo de energia elétrica na iluminação pública das duas cidades utilizando uma série de parâmetros, como a quantidade e a potência das luminárias, o tempo de manutenção e outros, aplicando, para o cálculo dos créditos de carbono gerados, uma metodologia aprovada pela UNFCCC (sigla em inglês para Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima).
O processo incluiu uma consulta pública com órgãos ambientais e membros das duas prefeituras envolvidas. A contabilização dos créditos tem retroatividade ao início das trocas das lâmpadas, em 2021. A partir de agora, começa a fase de monitoramento. “Vamos verificar os resultados que previmos para os projetos, em termos de geração de créditos de carbono”, explica Fábio Galindo.
O Public Lighting in Brazil Grouped Project pode trazer uma fonte importante de receitas para empresas privadas, consórcios e cidades que desenvolvam iniciativas semelhantes de economia de energia em iluminação pública.
Projeto Aracaju
O projeto de Aracaju foi realizado de 2021 a 2024, com a troca de 60.033 pontos de iluminação pública da cidade. A iniciativa foi feita por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) com o consórcio Conecta Aracaju S/A, responsável pela gestão e pela manutenção do sistema por 13 anos, a partir do início da implementação.
A iniciativa trouxe expressiva redução de consumo de energia: de 4.332.505,00 kwh, que eram consumidos pelo parque de iluminação pública da capital sergipana, para 1.420.952,45 khw, em abril de 2024, o que representa uma redução de 67,2%.
Projeto Feira de Santana
Em Feira de Santana, a modernização da iluminação pública somou mais de 46 mil pontos de iluminação. A economia prevista, com redução de consumo de energia e diminuição de substituição de luminárias, é de 50% dos gastos.
Além de serem mais duráveis, cada luminária de LED instalada é equipada com um chip que permite sua manutenção preventiva, antes do final da sua vida útil. O projeto foi realizado por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo Municipal e o Consórcio Conecta Feira.
*Com informações da Future Climate
