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Economista Paulo Galvão Júnior é o novo colunista do site da Revista Nordeste

A partir desta segunda-feira (31) o site da Revista NORDESTE passa a contar com a colaboração de  Paulo Galvão Júnior, economista paraibano, escritor de 16 e-books de Economia com ISBN; conselheiro efetivo do CORECON-PB; diretor secretário do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da Paraíba, além de apresentador do Programa Economia em Alta na Rádio Alta Potência.

 

Galvão Júnior trará análise do cenário da economia, pelo viés regional, mas com o olhar para o Brasil e para o mundo. Como estreia, em sua coluna “Papo de Economia”, o economista comenta e analisa os principais indicadores no biênio 2023-2024 e faz projeções para o biênio 2025-2026 no Brasil.

 

Ao novo colaborador, agradecemos sua participação e que traga aos leitores do site da revista NORDESTE sua expertise e sabedoria sobre a economia regional, nacional e internacional.

 

Vamos conferir

 

Por Paulo Galvão Júnior (*)

 

Prezado(a) leitor(a) do site da Revista NORDESTE, no presente artigo, a análise será voltada para a economia brasileira no biênio 2023-2024, que foi fortemente influenciada por fatores internos, como a política monetária e fiscal, bem como fatores externos, como a volatilidade dos mercados globais e as mudanças no comércio internacional.

 

O principal objetivo deste artigo é examinar os indicadores macroeconômicos mais relevantes do Brasil no biênio 2023-2024, com foco em variáveis essenciais para entender o cenário econômico, como a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de crescimento do PIB per capita, a taxa de inflação, a taxa de desemprego, a taxa Selic, a taxa de câmbio, a taxa de investimento, a dívida bruta do governo geral (DBGG), a balança comercial, as reservas internacionais, os investimentos externos diretos (IEDs), a carga tributária bruta e o resultado nominal.

 

Compreender o comportamento desses indicadores e de outros é essencial para projetar os caminhos possíveis para o futuro do Brasil no biênio 2025-2026.

 

Os Principais Indicadores Macroeconômicos do Brasil no Biênio 2023-2024

 

O PIB é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país,  sendo o principal indicador econômico de uma nação. Em 2023, o PIB nominal do Brasil foi de R$ 10,9 trilhões, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  Isso significa que o PIB brasileiro aumentou para R$ 11,7 trilhões em 2024 e o PIB per capita alcançou R$ 55.247,45.

 

A seguir, o Quadro 1 apresenta os principais indicadores macroeconômicos do país no biênio 2023-2024:

 

Quadro 1: Principais indicadores macroeconômicos do Brasil no biênio 2023-2024
Indicador 2023 2024 Variação
Taxa de Crescimento do PIB 3,2% 3,4% +6,25%
Taxa de Crescimento do PIB per capita 2,8% 3,0% +7,14%
Taxa de Inflação 4,62% 4,83% +4,54%
Taxa de Desemprego 7,6% 6,2% -18,42%
Taxa Selic 11,75% a.a. 13,25% a.a. +12,76%
Taxa de Câmbio R$ 4,85 R$ 5,85 +20,62%
Taxa de Investimento 16,4% 17,0% +3,66%
DBGG 73,9% do PIB 76,1% do PIB +2,98%
Balança Comercial US$ 98,0 bilhões US$ 98,8 bilhões +0,82%
Reservas Internacionais US$ 355,0 bilhões US$ 329,7 bilhões -7,12%
IEDs US$ 67,5 bilhões US$ 71,3 bilhões +5,63%
Carga Tributária Bruta 33,9% do PIB 34,2% do PIB +0,88%
Resultado Nominal -8,84% do PIB -8,45% do PIB -4,41%
Fontes: IBGE, BACEN e MIDC.

 

O emergente Brasil demonstrou resiliência frente a um cenário global desafiador, beneficiando-se da agropecuária e das exportações robustas para o crescimento do PIB de 3,2% em 2023.

 

Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%  e foi impulsionado pelo setor de serviços, que se manteve resiliente, e pelo aumento do consumo das famílias, o principal motor da economia brasileira. Contudo, a instabilidade fiscal e um cenário externo adverso limitaram o crescimento do PIB e do PIB per capita no biênio 2023-2024.

 

Inflação

 

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mostrou uma leve aceleração para 4,83% em 2024, devido ao aumento nos preços de serviços, combustíveis e energia elétrica. O Banco Central do Brasil (BACEN), em resposta a esse aumento do IPCA, elevou a taxa Selic para 13,25% ao ano, com o intuito de conter a pressão inflacionária. A taxa básica de juros subiu 12,76% no biênio 2024-2025.

 

A queda da taxa de desemprego de 7,6% para 6,2% foi um dos destaques positivos do biênio 2023-2024, sendo atribuída à recuperação do setor de serviços e à formalização de empregos, com ênfase nas medidas que incentivaram o mercado de trabalho. Porém, o crescimento do emprego informal permanece como um enorme desafio nas cinco regiões do país.

 

Aumento da Dívida Pública

 

O aumento da Dívida Pública do Governo Geral (DBGG), que passou de 73,9% para 76,1% do PIB no biênio 2024-2025, acendeu um alerta sobre a sustentabilidade fiscal do país. Dentre as ações recomendadas, destacam-se a redução de gastos governamentais não essenciais e a privatização de empresas estatais deficitárias, na intenção de reduzir a DBGG de R$ 9 trilhões, conforme os dados do BACEN.

 

Balança Comercial

 

A balança comercial manteve-se positiva, com superávits robustos de US$ 98,0 bilhões em 2023 e de US$ 98,8 bilhões no ano de 2024, sustentados pelo crescimento das exportações de commodities agrícolas (soja, café, açúcar, suco de laranja concentrado e congelado, milho, algodão, borracha, celulose, cacau, carne bovina, carne suína e carne de frango), energéticas (petróleo, etanol e biocombustíveis) e minerais (minério de ferro, alumínio, manganês, cobre, nióbio, níquel, ouro e zinco).

 

No entanto, o crescimento do superávit comercial não foi suficiente para superar a marca de US$ 100 bilhões em 2024.

 

Reservas internacionais e Investimento Estrangeiro

 

As reservas internacionais diminuíram 7,12%, fechando 2024 em US$ 329,7 bilhões, devido a intervenções do BACEN para conter a volatilidade cambial. A taxa de câmbio, por sua vez, encerrou o ano em R$ 5,85 por um dólar norte-americano. A taxa de câmbio subiu 20,62%.

 

O Brasil atraiu Investimento Estrangeiro Direto (IEDs) no valor de US$ 71,3 bilhões em 2024, um crescimento de 5,63% em relação ao ano anterior, consolidando-se como o segundo melhor destino atrativo para investidores estrangeiros do mundo em 2023, atrás apenas dos Estados Unidos da América, o país mais rico do mundo.

 

Os IEDs foram basicamente destinados para a infraestrutura logística, energia renovável, agronegócio, tecnologia, mineração, turismo, petróleo e gás. O continental e populoso Brasil necessita de mais investimentos públicos e privados em transporte ferroviário de passageiros e de carga, como produtos gerais, granel, minérios, madeiras e siderúrgicos.

 

Por fim, a carga tributária bruta aumentou de 33,9% em 2023 para 34,2% do PIB em 2024, o que suscita preocupações sobre a complexidade do Sistema Tributário Nacional (STN) e seus impactos sobre a produtividade e a competitividade da décima maior economia do planeta.

 

As Principais Projeções Macroeconômicas para o Biênio 2025-2026 no Brasil

 

O BACEN divulga semanalmente o Boletim Focus, um relatório de mercado que apresenta as projeções macroeconômicas feitas por analistas do mercado financeiro. Essas projeções macroeconômicas englobam uma ampla gama de indicadores econômicos, como taxa de crescimento do PIB, taxa de inflação (IPCA), taxa de juros nominal (taxa Selic), taxa de câmbio, balança comercial, IEDs, dívida líquida do setor público (DLSP) e resultado nominal.

 

O Relatório Focus é uma importante ferramenta de acompanhamento da expectativa dos agentes econômicos para o desempenho da economia brasileira, servindo de referência tanto para a formulação de políticas econômicas quanto para os investidores nacionais e internacionais.

 

Além disso, o Boletim Focus é uma relevante análise do mercado sobre o cenário econômico atual e as tendências futuras, mas também contribui para a transparência e previsibilidade da política econômica do Brasil. Portanto, o Relatório Focus, de 28 de março de 2025, projeta um cenário de desaceleração econômica para o biênio 2025-2026, conforme o Quadro 2:

 

Quadro 2: Projeções macroeconômicas do Brasil para o biênio 2025-2026
Indicador 2025 2026
IPCA 5,65% 4,50%
Taxa de Crescimento do PIB 1,97% 1,60%
Taxa de Câmbio R$ 5,92 R$ 6,00
Taxa Selic 15,00% a.a. 12,50% a.a.
Balança Comercial US$ 75,00 bilhões US$ 79,40 bilhões
IEDs US$ 70,00 bilhões US$ 70,00 bilhões
DLSP 65,75% do PIB 70,11% do PIB
Resultado Nominal -9,00% do PIB -8,50% do PIB
Fonte: BACEN, Relatório Focus de 28.03.2025.

 

As projeções do Relatório Focus do BACEN indicam um cenário de desaquecimento econômico, com uma estimativa para a taxa de crescimento do PIB caindo de 1,97% em 2025 para 1,60% em 2026. A inflação, medida pelo IPCA, do IBGE, por outro lado, tende a diminuir gradualmente, de 5,65% no ano de 2025 para 4,50% em 2026.

 

A DLSP atingiu R$ 7,2 trilhões em 2024, o equivalente a 60,8% do PIB. A DLSP está projetada subir de 65,75% para 70,11% do PIB no biênio 2025-2026. Esse aumento exigirá rigorosos esforços fiscais para garantir a sustentabilidade fiscal. A previsão de gastos públicos elevados, aliada à manutenção de uma taxa Selic alta em 2025 (15,00% a.a.) e a expectativa de um resultado nominal negativo de -9,00% do PIB no mesmo ano colocam em evidência a necessidade de contenção dos gastos públicos e a maior eficiência na administração pública.

 

A balança comercial brasileira deverá continuar superavitária, embora com um ritmo de crescimento mais modesto, e alcançará US$ 79,40 bilhões no ano de 2026, enquanto, o valor dos IEDs se estabilizará em US$ 70,0 bilhões anuais. Em relação à taxa de câmbio, a previsão de cotação do dólar americano será de R$ 5,92 para 2025 e de R$ 6,00 em 2026.

 

Considerações Finais

 

Em síntese, o biênio 2023-2024 foi marcado por um desempenho econômico equilibrado, com crescimento do PIB e do PIB per capita e redução da taxa de desemprego, impulsionados principalmente pelo setor agropecuário e serviços. No entanto, o Brasil enfrenta desafios fiscais e monetários que exigem uma gestão prudente das contas públicas e um controle da inflação.

 

Para o biênio 2025-2026, o cenário de desaceleração econômica exigirá uma política monetária expansionista, além de uma política fiscal capaz de assegurar um superávit nominal. Para a maior e mais rica nação da América do Sul, com uma economia diversificada, é essencial aumentar a taxa de investimento (17,0% em 2024), a produtividade por trabalhador, o índice de competitividade global e o índice global de inovação, em plena guerra comercial iniciada pelo presidente americano Donald Trump.

 

Urge o Brasil fazer a economia prosperar!

 

(*) Paulo Galvão Júnior é economista paraibano; escritor de 16 e-books de Economia com ISBN; conselheiro efetivo do CORECON-PB; diretor secretário do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da Paraíba; apresentador do Programa Economia em Alta na Rádio Alta Potência; e colunista do site da Revista NORDESTE.

 

 

* A Revista NORDESTE não se responsabiliza por opiniões emitidas pelo autor da coluna.

 

 

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Redacao RNE

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