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Brasil mais seco: superfície de água diminui novamente em 2024

O ano de 2024 manteve a tendência de redução da superfície de água já registrada em 2023 e em anos anteriores. Os 17,9 milhões de hectares do território brasileiro cobertos por água em 2024 são 2% menores que os 18,3 milhões computados em 2023 e ficam 4% abaixo da média da série histórica do MapBiomas, iniciada em 1985. A tendência de queda pode ser observada desde 2009. De lá até 2024, apenas um ano – 2022 – registrou aumento da superfície de água. Oito dos 10 anos mais secos de toda a série ocorreram na última década.

Estes e outros números fazem parte da nova coleção de mapas e dados de cobertura do território nacional por superfície de água, atualizada até o final do ano passado, que será lançada nesta sexta (21), em evento online, transmitido ao vivo no YouTube: Link

“A dinâmica de ocupação e uso da terra no Brasil, junto com eventos climáticos extremos, causada pelo aquecimento global, está deixando o Brasil mais seco”, explica Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do MapBiomas Água. “Esses dados servem como um alerta sobre a necessidade de estratégias adaptativas de gestão hídrica e políticas públicas que revertam essa tendência”, completa.

 

Distribuição desigual

 

Embora detenha 12% da água potável do planeta, o Brasil tem uma distribuição desigual: mais da metade da superfície de água do país (61%) está na Amazônia, onde vivem 4,2 milhões de brasileiros.

Já a Caatinga, que abriga 32 milhões de habitantes, tem menos de 1 milhão de hectares de superfície de água (981 mil, ou 5% do total).

Com 2,2 milhões de hectares, a Mata Atlântica tem 13% da superfície de água no Brasil, seguida pelo Pampa (1,8 milhão de hectares, ou 10% do total) e Cerrado (1,6 milhão de hectares, ou 9% do total).

Em 2024, o Pantanal era o bioma com menor superfície de água no país: 366 mil hectares, ou 2% do total. É também o que mais perdeu superfície de água em relação à média histórica: 61%. Em 2024, o Pantanal ficou abaixo da média histórica durante todos os 12 meses.

“Desde a última cheia em 2018, o bioma tem enfrentado o aumento de períodos de seca e, em 2024, a seca extrema aumentou a incidência e propagação de incêndios”, ressalta Eduardo Rosa, da equipe do MapBiomas Água.

A Amazônia sofreu uma seca extrema no ano passado, que levou a uma queda de 3,6% em relação à extensão média de água no bioma. Em 2024, a Amazônia apresentou sete meses abaixo da média histórica, de junho a dezembro. Além disso, quase dois terços (63% das 47 sub-bacias) de suas bacias hidrográficas registraram perda de superfície de água em relação à média histórica.

Os casos mais graves ocorreram em sub-bacias do Rio Negro, que apresentaram uma redução de mais de 50 mil hectares em comparação à média histórica. A perda de superfície de água na Amazônia em 2024 foi de 4,5 milhões de hectares em relação a 2022, que foi o último ano de ganho de superfície no país. Carlos Souza Jr. aponta que “foram dois anos consecutivos de seca extremas na Amazônia, sendo que, em 2024, a seca chegou mais cedo e afetou bacias que não foram fortemente atingidas em 2023, com a do Tapajós.

Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, por sua vez, estiveram acima da média de superfície de água: 6%, 11% e 5%, respectivamente. No caso da Caatinga, em todos os meses de 2024, os valores de superfície d’água registrados foram os mais altos dos últimos 10 anos. Com isso, a Caatinga encerrou 2024 com 981 mil hectares.

“Os resultados do mapeamento da superfície d’água em 2024 indicam a consolidação de um ciclo de cheias na Caatinga, iniciado entre 2018 e 2019. No entanto, apesar desse cenário favorável, persistem áreas com secas recorrentes, especialmente ao longo da bacia do São Francisco e na região do Seridó Nordestino — territórios particularmente vulneráveis à desertificação.”, relata Diêgo Costa, da equipe Caatinga do MapBiomas Água.

No Cerrado, foi possível observar uma inversão entre superfície de corpos de água naturais (rios, lagos e lagoas) e artificiais (reservatórios e represas). Em 1985, 63% da superfície de água do bioma era natural; em 2024, eram 40%. A água armazenada em hidrelétricas, reservatórios, áreas de mineração etc., que os pesquisadores chamam de superfície de água antrópica, passou de 37% em 1985 para 60% em 2024. Ao todo, a superfície de água no Cerrado em 2024 somou 1630 mil hectares.

“A construção de grandes reservatórios para geração de energia e a expansão da agricultura irrigada foram os principais motores de transformação na superfície de água no Cerrado. Regiões como a bacia do Alto Paraguai, onde estão as nascentes do Pantanal, foram criticamente afetadas, assim como o oeste da Bahia, onde se observou redução generalizada na superfície de água”, pontua Joaquim Pereira, pesquisador do IPAM e pesquisador do MapBiomas Água.

Já o Pampa, que encontra-se no extremo sul do Brasil, apesar dos eventos climáticos extremos, com cheias históricas no Rio Grande do Sul, ainda aparece com uma superfície de água de 0,3% abaixo de sua média histórica “Apesar de o Bioma Pampa historicamente apresentar chuvas distribuídas ao longo do ano, é característico na região a ocorrência de estiagens no período de verão. O Pampa teve um início de ano com estiagens, sendo o mês de março o mês mais seco do ano. No mês seguinte, em maio, ocorreu a cheia extrema, atingindo a maior superfície mensal dos 40 anos da série histórica. O bioma sofre com os extremos climáticos, que são apontados como a principal consequência das mudanças climáticas”, explica Juliano Schirmbeck.

 

Aumento da água em reservatórios não reverte tendência de queda

 

Os dados do MapBiomas mostram também que a água antrópica cresceu 54% em relação a 1985, ou 1,5 milhão de hectares a mais. Esse ganho, porém, não reverteu a tendência geral de redução.

A maior parte da superfície de água identificada em corpos antrópicos fica em biomas densamente habitados, como Mata Atlântica (1,33 milhão de hectares – 33%) e Cerrado (984 mil hectares – 24%). Além disso, pequenos reservatórios são concentrados na Caatinga (298 mil hectares – 30%) e no Pampa (197 mil hectares – 20%).

A maior perda de superfície de água se deu em corpos naturais, como rios e lagos. Embora ainda respondam por mais de três em cada quatro hectares cobertos por água no Brasil (77%), eles perderam 15%, ou 2,4 milhões de hectares a menos de superfície de água natural, na comparação com 1985.

Em 2023, já havia sido identificada uma queda de 12,5% ou 2 milhões de hectares em relação a 1985. “Diversos fatores, como clima, assoreamento etc. levam a este cenário. Mas a drenagem desses corpos para reservatórios, açudes e outras estruturas também contribui para a redução da água natural”, completa.

Amazônia, Pampa e Pantanal têm predomínio de superfície de água natural, com 10 milhões de hectares, 1,5 milhão de hectares e 364 mil hectares, respectivamente. É nesses biomas que estão algumas das bacias hidrográficas que mais perderam superfície de água em relação a média histórica, como Paraguai (perda de 571 mil hectares – 43%) e Amazônica (perda de 405 mil hectares – 5%). Um quarto (25%) das bacias hidrográficas brasileiras estiveram abaixo da média histórica em 2024.

“O aumento da superfície de água no Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica derivam do crescimento da água armazenada em hidrelétricas e outros tipos de reservatórios. No caso dos biomas com maior prevalência de água natural, como a Amazônia e Pantanal, houve redução hídrica”, destaca Juliano Schirmbeck.

 

Estados que mais perderam

 

Dois dos três estados que mais perderam superfície de água em 2024 são do Pantanal. O ranking é liderado pelo Mato Grosso, que perdeu 291 mil hectares de superfície de água – uma queda de 34% – seguido pelo Amazonas e Mato Grosso do Sul, ambos com redução de 275 mil hectares.

Como esses estados têm tamanhos bem diferentes, esse número representou uma retração de 6%, no caso do Amazonas, mas de 33%, no caso do Mato Grosso do Sul – percentual semelhante ao do outro estado pantaneiro.

Quase metade (45%, ou 2507) dos municípios brasileiros estiveram com superfície de água em 2024 abaixo da média histórica em 2024. Esse ranking é liderado por Corumbá, no Mato Grosso do Sul, que perdeu quase 260 mil hectares de superfície de água, o equivalente a 95% da perda registrada em todo esse estado.

Em segundo lugar está Cáceres, no Mato Grosso, com menos 167 mil hectares (57% do total perdido nesse estado), seguida por Barcelos, no Amazonas, com menos 102 mil hectares (37% do total do estado). Corumbá foi também o município que mais perdeu superfície de água em 2024 em relação a média da série histórica: menos 54%.

 

*Com informações do MapBiomas
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Redacao RNE

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