A Comissão Nacional da Anistia, ligada ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, colocará em julgamento no próximo dia 25 um caso emblemático relacionado ao período da ditadura militar no Brasil. O pedido, feito por Mariana Cavalcante Ferreira, trata do reconhecimento formal de seu nascimento ocorrido durante o exílio de seus pais, Ruth Cavalcante e João de Paula Ferreira.
Mariana, que tem Síndrome de Down, nasceu enquanto seus pais estavam refugiados no exterior. Ruth e João, líderes estudantis na década de 1960, foram presos pela repressão e forçados a se exilar na Alemanha e no Chile. Ao tentar obter sua documentação brasileira, Mariana teve o registro de nascimento negado pelo consulado brasileiro na cidade alemã onde nasceu. Agora, ela luta pelo reconhecimento de sua cidadania e pelo direito de ser formalmente identificada como filha de exilados políticos.
Esse processo já havia sido analisado durante o Governo Bolsonaro, mas foi indeferido na época. Agora, com a nova composição da Comissão de Anistia, o caso retorna à pauta, reacendendo a discussão sobre os direitos daqueles que nasceram no exílio em decorrência da perseguição política no Brasil.
com Blog do Eliomar