Em meio à reforma ministerial e pressões do Centrão, titular do MDS diz que a pasta não entra em negociações políticas
247 – O ministro do Desenvolvimento Social (MDS), Wellington Dias, criticou a postura de líderes do Centrão que ameaçam desembarcar do governo e disputar mais espaço na Esplanada. Em entrevista ao Valor Econômico, o ministro afirmou que “muitas pessoas estão acostumadas a tirar proveito de participar de um governo e depois cuspir no prato que comeram”. A declaração ocorre no contexto da reforma ministerial conduzida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem sido realizada de forma gradual e estratégica.
O nome de Dias foi ventilado entre os cotados para deixar o cargo desde 2024, quando sua pasta passou a ser alvo de interesse do PSD e de outros partidos da base aliada. Apesar disso, a tendência é que o MDS permaneça sob o controle do PT, já que a gestão do Bolsa Família é considerada um dos pilares do governo Lula. Nos bastidores, chegou-se a especular que a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) teria interesse na pasta, mas, com sua ida para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), as pressões sobre Dias diminuíram.
O ministro descartou que o MDS esteja em negociações políticas e destacou que a pasta é central para o governo. “O presidente Lula tem autorização do povo para a mudança que ele quiser”, afirmou. “Mas, conhecendo como eu o conheço, o MDS não entra em negociações políticas, é o coração do seu governo. Por isso, sei o peso da minha responsabilidade.”
Pressão do Centrão e resposta a Ciro Nogueira
A resistência de Lula em ceder a pasta do Desenvolvimento Social ao Centrão ocorre num momento em que o bloco político se divide entre pleitear mais espaço no governo e discutir um possível desembarque.