A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, oficializa sua filiação ao Partido Social Democrático (PSD) na próxima segunda-feira (10), no Recife. A mudança partidária representa um movimento estratégico tanto para a governadora quanto para o cenário político do estado, especialmente com as articulações para as eleições de 2026.
Com a adesão de Raquel Lyra, o PSD passa a contar com três governadores em seu quadro: além dela, Ratinho Jr, do Paraná, e Fábio Mitidieri, de Sergipe. O evento de filiação contará com a presença do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e deve reunir ministros e lideranças políticas, entre os quais, o ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, pernambucano, presidente estadual do PSD e um dos principais articuladores desse movimento.
A saída de Raquel do PSDB, partido pelo qual foi eleita em 2022, fragiliza ainda mais a legenda no cenário nacional, que agora passa a ter apenas dois governadores: Eduardo Riedel (MS) e Eduardo Leite (RS).
Em Pernambuco, o PSDB tende a perder protagonismo, com o deputado estadual Álvaro Porto, atual presidente da Assembleia Legislativa, despontando como o novo nome da sigla no estado. Porto tem se aproximado do prefeito do Recife, João Campos (PSB), potencial candidato ao governo estadual em 2026 e adversário político da governadora.
A filiação ao PSD é vista como uma jogada política para fortalecer a governadora em sua tentativa de reeleição. Com um partido que dispõe de maior tempo de TV e recursos do fundo partidário, Raquel busca consolidar sua base e ampliar alianças.
Além disso, nos bastidores, a movimentação de Raquel Lyra é interpretada como uma tentativa de reduzir o impacto do apoio do governo federal a João Campos, já que o prefeito do Recife se consolida como uma das principais lideranças políticas do estado e possível nome das esquerdas para a sucessão estadual e mais bem posicionado em pequisas mais recentes, como a Genial/Quaest.
Somam-se a esses detalhes, o fato que o PSD de Pernambuco tem perfil governista e boa interlocução com o Palácio do Planalto, o que pode abrir espaço para negociações futuras. A governadora aposta que, com essa nova configuração partidária, conseguirá se fortalecer politicamente para disputar a reeleição em um cenário que promete ser competitivo.