Senador aponta falta de conhecimento sobre a Amazônia e defende que desenvolvimento econômico e preservação ambiental podem coexistir
247- O líder do governo Lula no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), reforçou sua defesa da pesquisa para exploração de petróleo na margem equatorial do Amapá e criticou a visão “idílica” de ambientalistas estrangeiros sobre a Amazônia. Em entrevista ao programa Boa Noite 247, Randolfe destacou que há uma desconexão entre o discurso ambiental e a realidade dos 22 milhões de habitantes da região.
“Muitos dos europeus que falam em defender a Amazônia deveriam levar umas três ferroadas de carapanã no meio da floresta para entender um pouco mais da realidade local”, afirmou o senador. Ele ressaltou que o debate sobre o petróleo precisa considerar o impacto econômico para o estado do Amapá, onde mais da metade da população depende de programas sociais.
Randolfe criticou a demora do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em conceder a licença para pesquisa, apontando que países vizinhos já exploram a mesma reserva de petróleo. “Se o Brasil não autoriza a pesquisa, outras nações estão retirando essa riqueza, enquanto ficamos de braços cruzados”, declarou.
O senador também rebateu críticas sobre o impacto ambiental da exploração, garantindo que a Petrobras já atendeu a todas as exigências do Ibama, incluindo a construção de um centro de resgate da fauna e flora em Oiapoque. “A Petrobras tem 70 anos de história sem registros de incidentes ambientais graves”, argumentou.
Para Randolfe, a exploração de petróleo pode quadruplicar o PIB do Amapá e financiar a transição para energia limpa. Ele defendeu um modelo econômico diferente dos “grandes projetos” da ditadura militar, que beneficiaram potências estrangeiras sem agregar valor à região. “Queremos garantir que parte significativa dos royalties financie a preservação ambiental e o desenvolvimento da Amazônia”, disse.
O tema segue como um dos principais debates econômicos e ambientais do governo Lula, em um contexto de pressão internacional para maior proteção da Amazônia.