Petrobras lança nova licitação para ampliação de frota e impulsiona indústria naval

O anúncio nesta segunda-feira de duas iniciativas de fomento à industria naval  em Angra dos  Reis (RJ), no Terminal da Transpetro, subsidiária da Petrobras, pode impulsionar estaleiros paralisados para construção de navios em várias regiões do Brasil, a exemplo do Estaleiro Atlântico Sul, no Complexo Portuário de Suape, em Pernambuco que, atualmente opera em atividades de cota de reparos naval e fabricação de carreteis para reposição de cabos marinhos para a exploração de petróleo.

 

Durante o evento, que contou com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Transpetro lançou a segunda licitação do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras, que faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC),  e também foram assinados protocolos de intenções para o reaproveitamento de plataformas da Petrobras em fase de desmobilização.

 

“Vamos aumentar de seis para 14 o número de navios da frota de gaseiros, ampliando a capacidade de transporte de 36 mil para até 108 mil metros cúbicos. Vamos fortalecer um segmento que tem grande importância para o Sistema Petrobras e para todo o Brasil”, disse Sérgio Bacci, presidente da Transpetro.

 

A geração de demandas perenes para a indústria naval e offshore é uma das prioridades do Governo Federal e um compromisso do Sistema Petrobras. O fomento ao setor gera um círculo virtuoso de novos investimentos e oportunidades, além de fortalecer a cadeia produtiva e industrial.

“A expectativa é que essas iniciativas impulsionem a geração de empregos e ampliem a participação da indústria brasileira no setor naval e offshore. A contratação dos gaseiros está em linha com os esforços para renovação e ampliação da frota da Transpetro e com o aumento gradativo da produção de gás natural. Além disso, vai proporcionar menor exposição aos afretamentos”, ressalta a presidente da Petrobras, Magda Chambriard.

Para o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, a licitação evidencia o novo horizonte de crescimento da companhia. “ Vamos consolidar a Transpetro como maior armador brasileiro no transporte de gás, fortalecendo a companhia em um segmento que tem grande importância para o Sistema Petrobras e para todo o Brasil”, afirmou Bacci.

O ministro dos Portos e Seroportos Silvio Costa Filho lembrou, na ocasião, a importância do Fundo da Marinha Mercante para impulsionar a indústria naval e o desenvolvimento do setor. “Por meio do Ministério de Portos e Aeroportos, vamos investir mais de R$ 10 bilhões, com recursos do Fundo da Marinha Mercante, para estimular a indústria naval e fortalecer esse setor, fundamental para a economia brasileira”, afirmou.

Mais GLP

 

A licitação pública internacional lançada pela Transpetro nesta manhã para a aquisição de oito navios gaseiros com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos integra o Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras, que teve início em julho de 2024 e concluiu em janeiro a contratação de quatro navios da classe handy.

Essa contratação vai triplicar a capacidade da Transpetro para transportar GLP e derivados e permitir à companhia carregar amônia. A ampliação da frota de gaseiros, de seis para 14 navios, leva em conta o aumento de produção de gás natural no país e pretende atender a demanda na costa brasileira e na navegação fluvial, como já ocorre na Região Norte do país e na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.

Dois lotes

 

A licitação tem dois lotes, que não podem ser vencidos pelo mesmo estaleiro ou consórcio. A concorrência permite a participação de todos os estaleiros que atendam aos critérios técnicos e econômicos do edital.

Um dos lotes da licitação contempla cinco navios, sendo três embarcações de 7 mil metros cúbicos e duas de 14 mil metros cúbicos de capacidade. Esses gaseiros serão do tipo pressurizado, destinados ao transporte de GLP e derivados.

Já o outro lote contempla a aquisição de três navios com capacidade de 10 mil metros cúbicos, do tipo semirefrigerado. Como diferencial, essas embarcações também poderão carregar amônia, produto que atualmente não é transportado pela Transpetro. A entrada dessas novas embarcações possibilita a ampliação da carteira de serviços da companhia.

As empresas interessadas têm 90 dias para apresentar as propostas. De acordo com o cronograma, o primeiro navio deve ser lançado em até 30 meses após a formalização do contrato. Os demais devem ser entregues sucessivamente a cada seis meses. Os futuros gaseiros serão até 20% mais eficientes em termos de consumo, propiciarão redução de 30% nas emissões de gases do efeito estufa e estarão aptos para atuar em portos eletrificados.

Sustentabilidade

 

Em um cenário em que a gestão de ativos de produção, especialmente no setor de óleo e gás, se tornou cada vez mais relevante no contexto da sustentabilidade e da circularidade, o reaproveitamento de plataformas surge como alternativa estratégica em linha com os compromissos ESG da Petrobras.

Conforme previsto no Plano de Negócios 25-29, a companhia planeja desmobilizar 10 plataformas até 2029, e os protocolos de intenções têm como objetivo analisar a viabilidade do reaproveitamento dessas unidades.

Além da Petrobras, o protocolo de intenções é assinado por instituições da indústria que vão colaborar para um estudo de olhar abrangente, como o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (SINAVAL), Associação Brasileira das Empresas da Economia do Mar (ABEEMAR) e Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP).

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Luciana Leão

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