Grupo João Santos anuncia venda de ativos para quitar compromissos e acelerar retomada

Com a homologação do plano de recuperação judicial pela 14ª Vara Cível de Recife na última sexta-feira, 7 de fevereiro, o Grupo João Santos vai avançar, a partir de agora, na negociação de ativos imobiliários considerados não estratégicos para a sua principal atividade, a indústria do cimento. O objetivo é alcançar uma arrecadação inicial de aproximadamente R$ 920 milhões.
A maior parte dos imóveis vendidos pertence ao patrimônio da Companhia Agroindustrial de Goiana (CAIG), razão social da Usina Santa Tereza, localizada em uma região bastante valorizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco e considerada estratégica para o setor sucroalcooleiro do estado. No mesmo local há um complexo industrial onde estão as fábricas da Fiat e de indústrias cervejeiras, como Heineken e Itaipava.

 

A mesma região também será diretamente beneficiada pela construção do Arco Metropolitano, o anel rodoviário que promete desafogar o trecho da BR-101 que atravessa o Recife, facilitando uma conexão rápida com o porto de Suape.
O montante obtido com a alienação dos imóveis terá como destino o pagamento de 100% dos créditos trabalhistas devidos a 20.592 funcionários e ex-funcionários, ou seja, 89,8% dos credores trabalhistas das empresas do Grupo. Outras 944 pessoas – 4% do total de credores trabalhistas – receberão 50% de seu crédito.

 

O Grupo tem dois anos para honrar suas dívidas trabalhistas e com fornecedores. Também serão pagos os montantes devidos no empréstimo DIP celebrado com a gestora ARC Capital e no reperfilamente celebrado com PGFN.
A nova gestão está focada no soerguimento e na manutenção do legado e solidez do Grupo, resgatando o prestígio que marcou sua trajetória junto ao mercado e à sociedade brasileira e a importância econômica de seus negócios para o Nordeste e o país como um todo”, ressaltam Nivaldo Brayner e Guilherme Rocha, copresidentes do Grupo João Santos.
Outro passo importante pós homologação do plano será a reabertura de mais uma das fábricas de cimento fechadas na administração anterior. A próxima a ser reaberta será a Itacimpasa, no município paraense de Itaituba, distante 900 quilômetros da capital Belém. Para voltar a funcionar, essa unidade está recebendo investimentos que irão gerar, pelo menos, 300 novos postos de trabalho.

 

Dívidas tributárias estaduais

 

O Grupo João Santos acelera a renegociação das dívidas tributárias com os estados. Em ao menos seis deles – Bahia, Espírito Santos, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Norte – débitos fiscais estaduais foram renegociados integral ou parcialmente, reduzindo o passivo em R$ 414,5 milhões.

 

Em outros dois estados, o Grupo voltou a ser contemplado com benefícios fiscais, após a renegociação de suas dívidas tributárias. Foi o caso no Espírito Santos e Rio Grande do Norte.

 

“Além da obtenção dos benefícios, a regularização da situação fiscal nos estados é fundamental para o cumprimento das condições de homologação do plano de recuperação judicial”, afirma Guilherme Rocha, copresidente do Grupo.

 

“Essas negociações trarão ao Grupo João Santos novas condições para a reabertura das novas fábricas e, finalmente, a suspensão de medidas judiciais de cobrança das dívidas, agora regularizadas”, complementa Nivaldo Brayner, também copresidente.

 

Reabertura de fábricas

 

Ao longo de 2023 e 2024, a nova gestão reabriu duas fábricas que se somaram às duas unidades que estavam em funcionamento – das 11 que operavam no auge do Grupo, quando dominava 14% do mercado de cimento do país. Hoje, a produção de cimento está concentrada nas fábricas de Cachoeiro do Itapemirim (ES), Codó (MA), Capanema (PA) e Mossoró (RN), o que gerou em 2024 um faturamento superior a R$ 1 bilhão.

 

 

*Com informações da Assessoria
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Luciana Leão

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