Ano Internacional do Cooperativismo ratifica a força do movimento no mundo, diz João Bezerra Júnior

Membro Titular da Academia Paraibana de Medicina – APMED Professor Doutor da FAMENE e MBA em Gestão Financeira Presidente do Conselho de Administração da Sicredi Evolução Integrante do Conselho de Administração do Sistema Sicredi

 

Em 2025, celebra-se o Ano Internacional das Cooperativas, uma iniciativa promovida pela ONU em parceria com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), com o objetivo de reforçar o papel das cooperativas na sociedade e estimular a criação de políticas públicas e acordos de cooperação. Essa celebração surge em um contexto marcado por grandes desafios globais, como desigualdades sociais, crises econômicas e emergências climáticas. Diante desse cenário, a ONU tem buscado soluções sustentáveis que promovam a cooperação internacional, a paz e a prosperidade compartilhada, reconhecendo o cooperativismo como uma alternativa promissora para a construção de sociedades mais justas e equitativas. Assim, o reconhecimento de 2025 como o Ano Internacional das Cooperativas destaca a importância desse modelo na realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

 

 

Essa não é a primeira vez que a ONU institui uma celebração dedicada ao cooperativismo. Em 2012, foi proclamado o Ano Internacional das Cooperativas, com o lema “Como as cooperativas fazem um mundo melhor”. A iniciativa de 2012 teve um impacto expressivo no crescimento do cooperativismo em escala global, marcando uma fase de transição após a crise financeira de 2008, em que as cooperativas desempenharam um papel fundamental na retomada econômica graças à resiliência de seus membros e comunidades.

 

 

Agora, em 2025, o cenário global apresenta novos desafios e oportunidades, com o avanço de tecnologias como a inteligência artificial e a expansão da vida em rede, trazendo uma perspectiva moderna e renovada ao movimento cooperativista.

 

A experiência de 2012 pode ser vista como um marco pós-crise financeira, enquanto a celebração de 2025 ocorre em um mundo que ainda se recupera dos impactos da pandemia. Mais uma vez, as cooperativas demonstraram sua importância na superação de crises, contribuindo para a reconstrução econômica e social. Um exemplo concreto e local foi o trabalho da Sicredi Evolução com o programa “Gente que coopera, cuida”, que destinou recursos em forma de doações e ofereceu assistência em um momento crítico.

 

O tema escolhido pela ONU para a celebração de 2025, “Cooperativas constroem um mundo melhor”, sintetiza a essência do papel transformador das cooperativas na vida de seus membros e das comunidades onde atuam. Seja por meio da geração de trabalho e renda, do fortalecimento das economias locais, da implementação de programas sociais ou da promoção de iniciativas ambientais sustentáveis, as cooperativas demonstram ser uma força motriz para o desenvolvimento. O reconhecimento do cooperativismo pela ONU visa ressaltar sua contribuição para a redução das desigualdades, a geração de empregos dignos e a promoção de um desenvolvimento econômico mais inclusivo e sustentável.

 

A história das campanhas anuais da ONU remonta a 1957, quando foi instituído o conceito de Ano Internacional para destacar temas de relevância global. Em 1965, celebrou-se o Ano Internacional da Cooperação, um indício precoce da importância da união entre as pessoas na construção de um futuro melhor. Desde então, diversos temas têm sido abordados, como agricultura, preservação do solo, turismo sustentável e preservação de línguas indígenas.

 

 

A origem do cooperativismo, por sua vez, remonta ao século XIX. Em 1844, um grupo de 28 tecelões fundou a primeira cooperativa em Rochdale, na Inglaterra, como resposta à crise econômica e ao desemprego provocados pela Revolução Industrial.

 

 

A partir dessa experiência, foi criado um marco estatutário que definiu princípios e normas fundamentais para o funcionamento das cooperativas, orientando inicialmente as atividades no Reino Unido e, mais tarde, em outros países. Esse estatuto tornou-se referência para a admissão de cooperativas na ACI e contribuiu para a expansão global do movimento.

 

 

Ao longo do tempo, o cooperativismo emergiu como uma alternativa ao modelo capitalista, oferecendo uma proposta mais justa e equilibrada de organização econômica e social. Desde sua origem, as cooperativas têm demonstrado grande capacidade de permanência nos territórios onde atuam, combinando estabilidade no emprego, flexibilidade empresarial e desenvolvimento regional. Fundamentado na colaboração mútua, esse modelo permite que os membros eliminem custos desnecessários e aprimorem a qualidade dos produtos e serviços oferecidos.

 

No Brasil, o cooperativismo de crédito tem se destacado como uma ferramenta eficaz de inclusão financeira, oferecendo crédito a taxas mais acessíveis, promovendo a educação financeira e fortalecendo a economia local. Esse papel transformador das cooperativas de crédito está alinhado com a proposta da ONU para o Ano Internacional das Cooperativas, que visa promover soluções inovadoras e colaborativas para enfrentar os desafios globais.

 

Com o apoio de governos, sociedade civil e setor privado, espera-se que essa iniciativa fortaleça o movimento cooperativista em escala global.

 

 

Atualmente, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo estão envolvidas em cooperativas que atuam em setores diversos, como agricultura, habitação, crédito, transporte, saúde e energia. Os caminhos indicam que as cooperativas desempenham um papel significativo na redução da pobreza, inclusão financeira e geração de empregos.

 

Fundamentadas na propriedade coletiva e na gestão democrática, as cooperativas continuam a ser uma solução eficaz para construir um mundo mais justo, inclusivo e sustentável.

 

Referências

GERIZ, Sheila Dantas. As cooperativas de crédito no arcabouço institucional do sistema financeiro nacional. Prim Facie, [S. l.], v. 3, n. 4, p. 82–110, 2010. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/primafacie/article/view/4458. Acesso em: 13 jan. 2025.

 

Organização das Nações Unidas. (n.d.). International Years. Disponível em: https://www.un.org/en/observances/international-years. Acesso em: 13 jan. 2025.
PORT, Márcio. Cooperativismo Financeiro: uma história com propósito. Brasília, DF: Confebras, 2022.

ZENERATTI, Fábio Luiz. Cooperativismo e recriação camponesa no

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Walter Santos

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One thought on “Ano Internacional do Cooperativismo ratifica a força do movimento no mundo, diz João Bezerra Júnior

  1. Jack 7 de fevereiro, 2025 at 1:14

    Ótima reflexão sobre o cooperativismo! A união realmente faz a diferença no crescimento global.

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