Estudo do Instituto Escolhas traz estratégia de enfrentamento à desertificação combinada com geração de recursos para o estado
O Ceará é o único estado brasileiro onde a Caatinga predomina em 100% do território. Por isso mesmo, a proteção das fontes de água do estado é fundamental para lidar com a ameaça de desertificação do bioma nestes tempos de emergência climática.
Novo estudo feito pelo Instituto Escolhas mostra que a restauração de 15 mil hectares em áreas próximas a cursos d’água, situadas dentro de assentamentos federais da reforma agrária, podem proteger as fontes de água do Ceará e, ainda, gerar milhares de empregos e milhões de toneladas de alimentos.
“Nosso estudo mostra que, se forem implementados sistemas agroflorestais como estratégia de restauração desses 15 mil hectares, situados em Áreas de Preservação Permanente (APP) dos assentamentos, é possível gerar 66,4 mil empregos e produzir 3,66 milhões de toneladas de alimentos”, explica Rafael Giovanelli, gerente de pesquisa do Instituto Escolhas.
Os sistemas agroflorestais combinam a restauração da vegetação nativa com a produção de alimentos e sua implementação é permitida pelo Código Florestal (Lei 12.651/2012) para a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) em pequenas propriedades, incluindo assentamentos.
Segundo o estudo do Escolhas, se feita do modo proposto, a restauração dos 15 mil hectares vai remover 2,49 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera ao longo de 30 anos.
O investimento total, nesse período, chegaria a R$ 1,33 bilhão. “Por outro lado, além de emprego e alimentos, o investimento geraria R$ 3,78 bilhões em receita líquida para o estado. Ou seja, 2,8x do valor investido”, ressalta Giovanelli.