Ainda sobre o episódio da “taxação do Pix”, por Dante Lucchesi

Uma parte da grande mídia capitalista tem atribuído a revogação da medida que atualizava o controle da Receita Federal sobre as operações financeiras a uma suposta incompetência do governo federal. Com isso não apenas naturalizam, mas até glamorizam o fato de que uma medida administrativa correta, necessária e justa do governo brasileiro foi inviabilizada por uma poderosa articulação criminosa internacional, que propagou massivamente informações falsas e mentirosas, o que acabou por beneficiar o crime organizado, os grandes sonegadores e os golpistas da Internet.

 

Não se pode romantizar este episódio. Não foi um menino de 28 anos que derrotou o governo.

 

Trata-se de um deputado picareta e criminoso, que tem na mentira e na difamação sua única forma de fazer política e que foi apoiado por uma poderosa articulação mundial de extrema direita que está atuando em todo o mundo para desestabilizar governos progressistas, por meio de massificação de fake news e da manipulação desonesta e criminosa da opinião pública, como fazem hoje na Inglaterra e em outros países.

 

Um vídeo mentiroso do deputado picareta teve 256 milhões de visualizações no Instagram. É simplesmente um número absurdo! É mais do que o triplo do número de usuários brasileiros dessa rede. Está claro que a Meta, empresa controladora, de Mark Zuckerberg, manipulou o algoritmo e alterou o número de visualizações.

 

A Meta controla a maior rede de comunicação da Internet, e juntamente com o X estão formando com o governo Trump uma poderosa articulação de extrema direita para intervir, em todo o mundo, desestabilizando governos e apoiando golpes de estado, para levar ao poder governos ditatoriais, reacionários e submissos aos interesses do grande capital financeiro e sobretudo que garantam a superexploração da população trabalhadora, através da repressão e da manipulação da informação.

 

Não se pode ignorar ou naturalizar, e muito menos romantizar este episódio. É preciso ter em mente que a Meta poderá repetir essa manobra criminosa no próximo ano, desacreditando o resultado as eleições, caso o candidato da extrema direita não tenha sido eleito, e criando as condições para o golpe de estado, que foi tentado em 2022 e poderá se consumar em 2026. Não se pode ser conivente com esse tipo de manobra.

 

Atribuir o grande prejuízo que a sociedade brasileira teve neste episódio a uma incompetência do governo é culpar a vítima pelo crime. É como dizer que a mulher é responsável por ser estuprada, porque saiu sozinha à noite ou vestiu uma saia curta. E o pior que a grande vítima, não foi o governo, e sim a sociedade brasileira.

 

Mas nada disso importa a uma mídia cujo maior propósito tem sido desgastar a imagem de um governo que olha pela maioria da população e não se dobra aos interesses do grande capital financeiro.

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Redacao RNE

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