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Zico seria o fenômeno que a CBF precisa? Por José Natal

 

 

Por José Natal*

 

Com quantas vitórias se faz um líder?quantos anos de experiência se aprende a gerir, comandar e dirigir? E com quantos anos de vida se aprende a viver?Essas perguntas estão na última capa do livro autobiográfico “O efeito Zico”, do biógrafo Marcos Eduardo Neves e fazem parte do belo texto de apresentação da obra, assinado pelo jornalista e escritor Ruy Castro.

 

Com o mágico poder de síntese que sempre teve, Castro resume em algumas linhas a trajetória do jogador e cidadão, que viveu como capitão de equipes, técnico, coordenador, presidente de sindicatos de clubes e ocupando cargos públicos.

 

Nas 286 páginas do livro, o leitor pode encontrar algumas; ou quase todas, as respostas que Ruy Castro, com exímia responsabilidade, pergunta. O maior ídolo de todos os tempos do Clube de Regatas do Flamengo, brilhou também no futebol italiano e japonês, e foi grande astro da Seleção Brasileira.

 

Além de atuar como jogador nesses países, também brilhou como treinador e gestor na Turquia, Uzbequistão, Rússia, Grécia, Iraque, Catar e Índia. Por onde passou, deixou um legado de dedicação, competência, correção ética, extrema eficiência e uma diferenciada habilidade nas relações humanas.

 

Nascido e criado no Subúrbio de Quintino Bocaiúva no Rio de Janeiro, no dia 3 de março de 1953, onde para muitos ainda é o “galinho de quintino”, manifestou cedo seu talento futebolístico. Percorreu o caminho difícil e dividido entre estudar e seguir no esporte.

 

De origem humilde, Zico abre com transparência e sinceridade, todo o seu trajeto e história de vida, num relato rico de boas histórias, confissões inéditas, informações até hoje guardadas apenas para as quatro paredes e os amigos de fé e segredos.

 

Zico relata, por exemplo, detalhes daquele episódio que envolveu seu nome a uma possível ilegalidade na transferência dele do Flamengo para Udinese, na Itália. O fato aconteceu em 1985, e repercutiu mundo afora. A justiça apurou tudo, Zico foi inocentado e a vida seguiu. E de lá pra cá muita coisa aconteceu.

 

Fatos e situações que enriqueceram a mente, deram nobreza e qualidade ética a tudo que o envolveu, e ainda envolve sua carreira brilhante. Como todo cidadão, como eu e você, Zico cita no livro, momentos e glórias, vitórias e derrotas. Sem papas na língua – ou no texto – o ídolo abre o coração e revela fatos que marcaram sua história de vida.

 

 

Uma delas chama a atenção, e poucos torcedores Brasil afora, com bom humor, e com certeza com algum atraso, vão comemorar. Zico quase começou sua carreira jogando pelo Vasco. Relata que o seu treinador da época se transferiu para São Januário, e o chamou para que fosse com ele. O Flamengo se negava a pagar seu almoço, e como estudante e sem grana, a opção de ir para o Vasco era a melhor escolha.

 

Foi salvo pelo Diretor de Futebol da época, George Helal, que visionário, bancou a alimentação de Zico, gastando do próprio bolso. A partir daí, treinando com o preparador fisico do clube rubro negro, o craque, até então peso leve e fraquinho, chegou a 1,66 metros, passando a pesar 53 quilos.

 

Seu Antunes, pai de Zico, acreditou no dirigente e a carreira começou a deslanchar. Dentro e fora de campo a coerência e o bom senso sempre acompanharam o caminho de Zico, com traços que até os adversários sempre reconheceram.

 

Com serenidade, o craque também registra com detalhes, o episódio que envolveu seu nome, o de Zagallo e o jogador Romário, cortado pela equipe brasileira antes da Copa de 1998. Zico foi convidado e aceitou ser coordenador com a função de estabelecer a harmonia e a boa comunicação entre os jogadores e a Comissão Técnica. O corte de Romário da equipe do Brasil gerou mal estar, e uma exploração intensa por parte da imprensa, envolvendo Zico, Romário e Zagallo, treinador da equipe brasileira na época.

 

No livro, o craque explica o que de fato aconteceu. No mesmo ano, o polêmico caso do mal estar do jogador Ronaldinho, horas antes do jogo decisivo contra a França, também tem o relato de Zico, com detalhes. Mesmo com vida tão intensa, e recheada de acontecimentos que sempre repercutem na mídia, Zico nunca se afastou dos princípios que a ética exige. Sua dedicação à família também sempre pautou todos os movimentos do ídolo.

 

Na lista de fatos que para ele foi um motivo de frustração – consta o gol anulado na estréia da Copa do Mundo de 1958, na Argentina. O gol de cabeça, no último minuto do jogo contra Suécia, daria ao Brasil a vitória por 2 x 1, já que estava empatado em 1×1. A anulação do gol, decretada pelo árbitro Clive Thomas foi questionada, porém de nada adiantou, o Brasil foi derrotado e Zico teve uma noite sem dormir.

 

Convidado pelo Presidente Fernando Collor de Mello, em 1990 para assumir a Secretaria de Esportes do Governo Federal, na época subordinada ao Ministério da Educação, Zico aceitou o cargo pensando em projetos que pudessem ajudar os clubes e entidades ligadas ao esporte. A prioridade era a Lei de Diretrizes e Base do Esporte.

 

A ideia de se transformar clubes em empresas teve ali seu primeiro embrião. Se empenhou com dedicação a ideia de resgatar crianças da pobreza e do crime, abrindo as portas do esporte. Na politica, de um modo geral, as coisas não funcionam como se espera. Durante sua gestão teve excelente relação com o Presidente Collor, que, inclusive o incentivou a se candidatar ao Governo do Rio.

 

 

Não aceitou. Deixou o Ministério um ano e um mês depois de assumir o cargo, com elogios e o reconhecimento de um bom trabalho no cargo. No livro, Zico especifica como foi a jornada. Trajetória de sucesso e glória também reconhecidas pelos colegas de profissão como Ronaldo Fenômeno, Júnior, Michel Platini e Roberto Baggio e centenas de outros.

 

A história de vida de Arthur Antunes Coimbra, o Zico, é um documento vivo de um cidadão de que o Brasil preserva e cita como exemplo. Avesso a politica e a politicagem, inúmeras vezes teve seu nome sondado para presidir a CBF. Em todas elas disse taxativamente: NÃO.

 

*José Natal é Jornalista

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Redacao RNE

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