247 – Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, voltou a causar controvérsia nesta terça-feira, 7, ao publicar em sua rede Truth Social um mapa em que o Canadá aparece como parte do território norte-americano. A provocação ocorre no contexto da renúncia do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e intensificou as críticas contra o republicano, que já havia sugerido anteriormente que o Canadá se tornasse o “51º estado” dos EUA.
A ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Melanie Joly, repudiou as declarações de Trump, afirmando que “os comentários do presidente eleito demonstram uma total incompreensão do que faz do Canadá um país forte. Nunca recuaremos perante as ameaças”. Justin Trudeau foi ainda mais direto: “O Canadá nunca, mas nunca fará parte dos Estados Unidos”, disse o primeiro-ministro em um pronunciamento antes de deixar o cargo.
Tensão crescente entre os dois países
A polêmica teve início no final de novembro, quando Trump, durante um jantar com Trudeau, insinuou que o Canadá deveria considerar sua incorporação aos Estados Unidos para evitar tarifas comerciais de 25% sobre suas exportações. A brincadeira, que foi interpretada como um comentário agressivo, rapidamente escalou para publicações mais diretas nas redes sociais do republicano.
No início de dezembro, Trump reforçou a ideia em sua Truth Social, escrevendo: “Muitos canadenses querem que o Canadá se torne o 51º estado. Economizariam demais em impostos e proteção militar. Acho que é uma ótima ideia. Estado 51!!!”.
As declarações de Trump não se limitam ao Canadá. Em um evento com a imprensa, ele reiterou ambições territoriais para seu segundo mandato, citando interesses em territórios como a Groenlândia e o Canal do Panamá. Contudo, negou que usaria força militar para anexar o Canadá, apostando, segundo ele, na “força econômica” como principal estratégia.
Implicações políticas e econômicas
A postura de Trump gerou uma onda de críticas tanto no Canadá quanto internacionalmente. A tentativa de justificar a possível eliminação da fronteira com o Canadá sob a alegação de fortalecer a segurança nacional foi amplamente contestada por especialistas e líderes mundiais. O Canadá, parceiro fundador da OTAN e importante fornecedor de commodities como petróleo bruto, é visto como uma nação-chave para a estabilidade regional, tornando as declarações do republicano ainda mais polêmicas.
Enquanto Trump se prepara para assumir seu segundo mandato em 20 de janeiro, a relação entre Estados Unidos e Canadá entra em uma nova fase de incertezas. A retórica do presidente eleito já causa tensões que podem impactar tanto as alianças políticas quanto os mercados econômicos.
A repercussão segue forte nas redes sociais e entre os líderes canadenses, reforçando a resistência do país vizinho a qualquer sugestão de fusão. “Somos um país independente e continuaremos a ser”, finalizou Joly.