Três projetos do Nordeste são escolhidos em programa global de descarbonização

Por Luciana Leão

 

 

O programa Industrial Transition Accelerator (ITA, na sigla em inglês) anunciou o apoio para três projetos brasileiros para impulsionamento por meio de uma iniciativa global de descarbonização da indústria voltado à conexão com financiadores e colaboração em políticas públicas para que os projetos avancem. O Programa conta com uma parceria histórica com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) do Brasil.

 

O Programa de Apoio a Projetos da ITA tem como objetivo fortalecer o cenário de investimento e acelerar as decisões finais das empresas envolvidas e o consequente início da construção das plantas para o setor verde.

 

Foram escohidos os seguintes projetos no Nordeste: no Piauí, o Green Energy Park, em Pernambuco, o da European Energy e no Ceará, o da Fortescue H2V. Juntos, os três projetos podem evitar a emissão de cerca de 5,4 milhões de toneladas de CO2 anualmente, destacou o ITA.

 

Piauí

 

No Piauí, a unidade de produção e exportação de amônia verde está em desenvolvimento no litoral do Estado. A primeira fase tem como meta uma capacidade de exportação de 2,1 milhões de toneladas por ano e envolveria um investimento de aproximadamente US$ 4,5 bilhões.

 

Após a conclusão da primeira etapa, o projeto poderia evitar até 3,2 milhões de toneladas de emissões de CO2 equivalente por ano, em comparação com a produção convencional de amônia, segundo o ITA. O escopo do Green Energy Park inclui o uso doméstico de hidrogênio verde para aplicações industriais, como o aço verde, e o estabelecimento de um corredor de transporte verde para a Europa e outras partes do mundo.

 

Pernambuco

 

Em Pernambuco, o projeto da European Energy será erguido no Complexo Industrial Portuário de Suape, ocupando uma área de 10 hectares, com um investimento estimado em R$ 2 bilhões. Este projeto não apenas marca um avanço na cadeia de valor do hidrogênio verde, mas também promete gerar 250 empregos diretos e cerca de 15 mil indiretos.

 

A operação da planta, que prevê a movimentação de 100 mil toneladas de e-metanol por ano, começará em julho de 2028, após o início das obras em outubro de 2025. O e-metanol, também conhecido como metanol verde, é produzido a partir de fontes renováveis e é considerado livre de emissões poluentes, especialmente quando associado ao hidrogênio verde.

 

Ceará 

 

No Ceará,  a empresa australiana Fortescue  desenvolve uma instalação integrada de hidrogênio verde e amônia no Porto de Pecém (CE), capaz de produzir 168.000 toneladas de hidrogênio por ano (equivalente a 0,9 milhão de toneladas de amônia), com investimento total de cerca de R$ 20 bilhões. Uma vez em operação, cada tonelada de hidrogênio verde produzida evitará aproximadamente 12 toneladas de emissões de CO2.

 

Atualmente, a Fortescue trabalha nas últimas definições e ajustes do projeto de engenharia antes de iniciar a preparação da área da planta de Hidrogênio Verde, cumprindo com todas as normativas socioambientais.

 

A companhia recebeu recentemente a autorização da autoridade ambiental do Estado do Ceará, a Semace, para iniciar as obras de preparação do terreno e espera anunciar, em breve, a data de início das intervenções de preparação do terreno, que devem começar até o final de 2024.

A primeira fase do projeto industrial de produção de hidrogênio verde (H2V) da Fortescue, será instalada em uma área de 121 hectares, no Setor 2 da ZPE Ceará: Fases 1 e 2 – 1.200 MW e fase 3 – 900 MW.

O projeto tem potencial para produzir 837 toneladas de hidrogênio verde por dia a partir do consumo de 2.100 MW de energia renovável. De acordo com o Estudo de Impacto Ambiental, o projeto deve gerar cerca de 5 mil empregos na fase de construção.

 

 

Foto : Imagem ilustrativa

*Com informações dos governos estaduais e da Industrial Transition Accelerator (ITA)

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