Delação premiada do tenente-coronel apontou obstrução de Justiça
247 – A prisão do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), foi fundamentada em um conjunto de provas apresentado pelo tenente-coronel Mauro Cid, em sua delação premiada firmada com a Polícia Federal (PF). A ordem de prisão foi emitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cumprida neste sábado (14). A informação foi divulgada peloUOL.
Segundo relatos de Mauro Cid, Braga Netto teria tentado obter informações sobre os detalhes da delação premiada assim que o acordo foi firmado com a PF, em setembro de 2023. Para os investigadores, essa tentativa caracteriza obstrução de Justiça, especialmente considerando que um documento com informações sobre o conteúdo da delação foi apreendido na sala do coronel Flávio Peregrino, assessor direto de Braga Netto.
De acordo com o inquérito da PF, o general também é suspeito de financiar militares conhecidos como “kids pretos”, integrantes das Forças Especiais. Esses militares teriam monitorado os passos do ministro Alexandre de Moraes, do STF. “Braga Netto deu dinheiro em caixas de vinhos para eles”, afirmou Mauro Cid em depoimento.
Provas e conexões
A documentação apreendida na posse de Flávio Peregrino reforçou as suspeitas de vazamento de informações confidenciais a Braga Netto, segundo a PF. Esses elementos se somaram à delação de Mauro Cid, que descreveu com detalhes as movimentações financeiras e a logística por trás da tentativa de vigilância sobre Moraes.
A conclusão do inquérito também aponta que Braga Netto teria atuado para dificultar as investigações da trama golpista, que buscava anular as eleições de 2022 e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Repercussão e silêncio da defesa
Até o momento, a defesa de Braga Netto não se pronunciou sobre as acusações. A prisão do general marca mais um desdobramento no cerco judicial contra figuras do alto escalão do governo Bolsonaro, investigadas por envolvimento em atos antidemocráticos e em tentativas de desestabilizar instituições democráticas.
Foto: Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro/Edilson Rodrigues-Agência Senado
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