De Ricardo Figueira & Euronews
A nova administração da Síria tomou conta do aeroporto de Damasco, principal aeroporto internacional do país, depois de as forças de segurança do governo deposto de Bashar al-Assad e o pessoal terem se retirado. Os voos foram cancelados e os passageiros foram deixados em terra.
O aeroporto ainda não está funcionando, desde a queda do governo sírio. Os membros da aliança rebelde que controla a Síria tomaram conta do Aeroporto Internacional de Damasco, na esperança de restaurar a segurança, um sentimento de confiança e a legitimidade necessária para reiniciar os voos para fora da capital.
A vida começou lentamente a regressar à normalidade em Damasco, com algumas lojas sendo reabertas e pessoas a passear pelos mercados. Os bancos e as instituições governamentais também reabriram. Nas praças públicas, algumas pessoas ainda festejam.
Deslocados regressam à Síria, outros deixam o país
Milhares de sírios deslocados começaram a regressar ao país, vindos de nações vizinhas. O chefe do gabinete de transição da Síria, Mohammed Al-Bashir, apelou ao regresso dos sírios que se encontram no estrangeiro.
Bashir disse também que o novo governo iria respeitar todas as religiões representadas na Síria. O país tem uma importante comunidade cristã e o fato de o grupo principal na aliança rebelde, o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ser um grupo islamita com antigas ligações à al-Qaeda gera preocupação. Um alto funcionário das Nações Unidas disse que iria tirar o grupo da lista de organizações terroristas, mas apenas se passar no teste de formar um governo inclusivo.
Entretanto, enquanto muitos regressam à Síria, muitos outros tentam deixar o país, com medo do que pode estar para vir. O líder do grupo rebelde que tomou conta da Síria, Abu Mohammed al-Jolani, prometeu vingança contra todos aqueles que participaram na tortura de opositores no regime de Bashar al-Assad. No entanto, o mausoléu onde estão os restos mortais de Hafez al-Assad, antigo presidente e pai de Bashar, foi incendiado por islamitas armados.
*Aeroporto de Damasco na Síria/ Foto: Reprodução Euronews