Por Hely Ferreira*
Quando Michel Foucault alertou da existência de palavras que são proibidas de serem mencionadas, na verdade, deve-se entender que são os temas que as carregam para um olhar muitas vezes tenebroso podendo ser entendido como raivoso. Alguém já disse que o ser humano é movido pelas paixões. Caso seja verdade, talvez seja o caminho para se tentar entender o comportamento que muitos adotam diante de algumas circunstâncias da vida.
Entre as paixões que movem o ser humano, a preferência por algum clube de futebol, faz com que, alguns assumam determinadas posturas que os levam a um comportamento destoado do que se espera de alguém considerado civilizado. Em tese, o torcedor é movido quase que sempre pela paixão ao ponto de não suportar qualquer tipo de comentário negativo com relação ao seu time preferido. Mesmo que a análise feita esteja recheada de axiomas. Até assim, o torcedor tenta descredenciá-la. Se o cronista esportivo aponta pontos grotesco do time preferido é o suficiente para procurar uma pecha negativa.
Outra paixão que provoca grandes alterações no comportamento humano é a política partidária. Nela o eleitor geralmente deposita sua confiança até mesmo em candidatos que historicamente nunca levantaram bandeiras afinadas com as necessidades emergenciais da maioria da população.
Como diria Fausto Nilo, aliás, parece que quanto mais divorciada for a postura do candidato do eleitor, mais ovacionada será. Ao mesmo tempo, não são poucos os que no campo da política parecem que viveram a mesma experiência ocorrida com Saulo na estrada de Damasco.
Mas infelizmente, a deficiência permaneceu, causando-lhe empecilho não apenas visual, mas também a mágoa, tornando-as pessoas com sabor de carquejo, emitindo opiniões baseadas no seu gosto não a partir da realidade dos fatos. Assim como o torcedor, o eleitor também é movido pela paixão.
*Hely Ferreira é cientista político e colunista da Revista NORDESTE