Esta é a expectativa da cúpula militar diante das investigações sobre planos de golpe e assassinatos de lideranças brasileiras
247 – Os generais reformados Braga Netto e Augusto Heleno, ex-integrantes do governo Jair Bolsonaro, estão sob os holofotes das investigações da Polícia Federal e são apontados como os próximos possíveis alvos das autoridades. De acordo com reportagem assinada pela jornalista Monica Gugliano, do jornal O Estado de S. Paulo, ambos aparecem em depoimentos como os grandes articuladores de um golpe de Estado que teria sido planejado por um grupo de militares.
A operação que desencadeou essas expectativas ocorreu nesta terça-feira, com a prisão de um general reformado, três integrantes das Forças Especiais – conhecidos como “kids pretos” – e um policial federal. Os suspeitos são acusados de planejar um golpe de Estado e o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
A decisão judicial que autorizou as prisões se baseou em um robusto inquérito da Polícia Federal, com mais de 200 páginas detalhando nomes, codinomes, diálogos interceptados e até armamentos que seriam usados no ataque.
Investigação expõe alto escalão
Nos depoimentos mais recentes, o tenente-coronel Mauro Cid destacou o papel de Braga Netto e Heleno como coordenadores do plano golpista, embora o movimento tenha sido frustrado pelo Alto Comando do Exército, que, em sua maioria, rejeitou a conspiração.
O general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência durante o governo Bolsonaro, também está implicado. Segundo a investigação, Fernandes chegou a imprimir documentos detalhando o plano dentro do Palácio do Planalto.
O inquérito revelou ainda o uso de celulares descartáveis, diálogos minuciosamente interceptados e a posse de armamentos pesados, como metralhadoras e uma espécie de lança-rojão. A gravidade das acusações reforça a possibilidade de medidas mais duras contra Heleno e Braga Netto.
Foto: Augusto Heleno e Walter Braga Netto /Fernando Frazão/Agência Brasil | Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Diferentemente de uma tentativa de assalto, por exemplo e, portanto, contrariando o que afirmou Eduardo Bolsonaro, uma conspiração de Golpe Militar contra o país é passível de punição e dá cadeia porque, segundo o STF, o crime se exaure na própria tentativa.
Portanto, tudo leva a crer que não apenas os militares Braga Neto e Heleno responderão criminalmente por subversão da ordem, como também o ex-mandatário, o “enviado de Deus”, Jair Messias Bolsonaro.