Os produtores de frutas do Vale do São Francisco, maior polo exportador do Brasil, estão enfrentando uma série de problemas com atrasos de navios e imprevisibilidade do transporte marítimo.
Segundo o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina (SPR), Jailson Lira, os principais entraves para o transporte marítimo de frutas, são os conflitos internacionais, problemas climáticos e congestionamento nos portos, principalmente aqueles que mais movimentam as frutas do Vale: o porto de Salvador, na Bahia, de Natal, no Rio Grande do Norte e o de Pecém, no Ceará.
O diretor empresarial da Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), Demétrius Moura,um dos representantes do complexo que reúne os portos de Salvador, Aratu e de Ilhéus, reconheceu a gravidade da situação, principalmente pelo caráter perecível da carga, que estraga e precisa de um tempo de trânsito curto.
“Iremos desenvolver uma agenda permanente, com a troca de informações atualizadas, de maneira que tenhamos conhecimento on-line de todos os containers com frutas transportados do Vale para nosso Porto”, ressaltou.
Na semana passada, a diretoria do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina (SPR), realizou uma reunião on-line, com o diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Eduardo Brandão e a diretora comercial do Etrade, Érika Campelo.
Durante o encontro, foram discutidas ainda, questões como a inexistência de grandes investimentos nos portos, nas rodovias e em ferrovias, o aumento na demanda de cargas de frutas e o tempo do transporte.
Por serem itens perecíveis, qualquer atraso pode ocasionar uma perda total ou parcial da carga, acarretando prejuízos para o produtor.
”No processo logístico marítimo, o tempo mais curto de transporte leva oito dias. Os processos mais longos podem levar até duas semanas. Para garantir a qualidade das frutas, o transporte se dá em contêineres refrigerados e até de atmosfera controlada, que tornam a maturação mais lenta. Os principais países importadores são exigentes quanto aos resíduos de defensivos agrícolas e controle de pragas”, concluiu Érika Campelo.
* Com informações do SPR Petrolina