1ª planta-piloto de hidrogênio renóvavel da Petrobras é lançada no RN

O Rio Grande do Norte deu mais um passo na transição energética com o lançamento, nesta terça-feira (12), da primeira planta-piloto de hidrogênio renovável da Petrobras. A estrutura será construída na Usina Termelétrica do Vale do Açu, em Alto do Rodrigues, com um custo estimado de R$ 90 milhões. A expectativa é que a operação comece no primeiro semestre de 2026.

 

O projeto usará energia solar para produzir hidrogênio com baixa emissão de carbono por meio de eletrólise da água, processo que envolve a quebra das moléculas de água por corrente elétrica, separando hidrogênio e oxigênio. A usina fotovoltaica em Alto do Rodrigues terá capacidade de eletrólise de 2 MW.

 

Em outubro, a Petrobras antecipou o anúncio. Confira mais detalhes

 

A governadora Fátima Bezerra afirmou que a escolha do Rio Grande do Norte como sede do projeto está alinhada ao avanço do estado na regulamentação do novo combustível. Ela destacou o Projeto de Lei que estabelece o Marco Legal do Hidrogênio Verde no RN, ainda em tramitação na Assembleia Legislativa, prevê incentivos fiscais e mecanismos para atração de empreendimentos.

 

“Essa instalação possibilita a produção em larga escala dessa fonte renovável, colocando o Rio Grande do Norte em posição competitiva na corrida pela energia do futuro. A Petrobras, ao investir no hidrogênio renovável no município de Alto do Rodrigues, demonstra que uma empresa pública pode e deve ser um motor de inovação e sustentabilidade”, disse a governadora.

 

O Rio Grande do Norte já é pioneiro no uso de hidrogênio com baixa emissão de carbono na indústria. Em agosto, um acordo entre o governo estadual, CPFL Energia e Mizu Cimentos foi firmado para a produção e fornecimento do combustível para uma fábrica de cimento no município de Baraúna.

 

Parcerias

 

A planta-piloto da Petrobras em Alto do Rodrigues será executada pela empresa WEG. Os estudos para o desenvolvimento da estrutura, realizados em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (Senai ISI-ER), levaram cerca de dois anos.

 

Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, destacou que a nova estrutura será usada para pesquisas sobre o uso do hidrogênio e para geração de energia, reforçando o papel estratégico do projeto na descarbonização da companhia.

 

“O hidrogênio renovável desempenha hoje um papel central para o Brasil e para a Petrobras. Estamos confiantes de que tomamos a decisão certa e esperamos em breve ver a planta em pleno desenvolvimento”, afirmou.

 

Segundo Lilian Melo, gerente executiva do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (CENPES), a planta-piloto fornecerá informações essenciais para o desenvolvimento do hidrogênio renovável. “Com ela, poderemos avaliar modelos de negócios, explorar a mistura de hidrogênio com gás natural e analisar o comportamento dessa composição”, explicou.

 

Vantagens competitivas

 

Rodrigo Mello, diretor do Senai ISI-ER, reforçou que o Rio Grande do Norte é um dos pontos mais competitivos para a instalação de uma nova cadeia de produção no setor de energia. Ele explicou que a localização em Alto do Rodrigues oferece vantagens adicionais: a presença de um gasoduto, uma subestação com capacidade de escoamento, além de uma infraestrutura para tratamento de água, essencial para a geração de hidrogênio.

 

“Esse projeto de pesquisa e desenvolvimento permitirá a criação de modelos de negócio, visando, numa segunda fase, decisões estratégicas para expansão comercial e, potencialmente, para a descarbonização da indústria”, complementou.

 

*Com informações do Governo do RN

Foto: Luiz Fernando Almeida Fontenele

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Luciana Leão

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