Jerusalém (EFE)- Pelo menos 93 palestinos, incluindo 25 crianças, morreram num bombardeamento israelita contra um edifício residencial na cidade de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, onde o Exército mantém detido há 24 dias. um intenso cerco militar.
Conforme relatado pelas autoridades sanitárias do enclave, “centenas de civis deslocados” refugiavam-se no edifício de cinco andares.
Denunciaram também que o cerco israelita aos três principais hospitais do norte de Gaza impede agora o tratamento de dezenas de feridos.
Por seu lado, os meios de comunicação palestinos relataram outro ataque aéreo pouco depois contra as proximidades do hospital Kamal Adwan, também em Beit Lahia, onde já tinham chegado alguns afectados pelo bombardeamento.
O Exército israelense ainda não relatou esse ataque.
O cerco militar israelense no norte de Gaza
A agência de notícias palestina Wafa garantiu que ainda há dezenas de pessoas nos escombros do edifício, e pelo menos 20 gravemente feridos chegaram até agora ao centro Kamal Adwan.
“O Exército de ocupação (israelense) sabia que neste edifício residencial havia dezenas de civis deslocados, e que a maioria deles eram crianças e mulheres”, criticou o Governo da Faixa.
“O sistema de trabalho da Defesa Civil foi completamente desmantelado pela agressão israelita no norte de Gaza, pela prisão dos seus trabalhadores e pela deslocação de outros”, denunciou o porta-voz do referido serviço de emergência, que avisou que não deixem de receber avisos sobre este ataque. em Beit Lahia.
Os vídeos divulgados após o “massacre”, nos termos utilizados pelas autoridades palestinianas, mostram dezenas de corpos envoltos em cobertores localizados junto ao emaranhado de escombros do edifício atacado.
Há 24 dias que Israel mantém um cerco militar ao norte de Gaza, combinando uma intensa campanha de bombardeamentos com uma incursão terrestre, que já causou mais de mil mortos.
Israel elimina “um número indefinido de milicianos”
Também à noite, outros dois ataques a residências em Beit Lahia mataram pelo menos sete pessoas, segundo a Wafa, que também relatou um incêndio provocado pelo Exército – sem especificar se foram tropas ou um projéctil – contra a escola Al Fajoura, ligada ao a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA).
“Na área de Jabalia, na Faixa de Gaza (norte), as tropas terrestres, em cooperação com a Força Aérea, eliminaram aproximadamente 40 milicianos em ataques terrestres e aéreos”, relatou um comunicado militar esta manhã sobre as suas atividades no norte, em que não fizeram alusão ao ataque na vizinha Beit Lahia.
Além disso, as forças armadas mataram um número desconhecido de militantes no centro de Gaza, que “pretendiam plantar explosivos perto das tropas”.
Desde o início da guerra, em 7 de outubro, 43.020 palestinos morreram na devastada Faixa de Gaza – a maioria deles mulheres e crianças – e outros 101.110 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde do enclave governado pelo Hamas.
**Foto fornecida pelo exército israelense da evacuação antes do ataque ao hospital Kamal Adwan em Beit Lahia, no norte de Gaza. EFE/Exército Israelense