Agenda Falaciosa I Por Hely Ferreira, cientista político

“Ora, político se assemelha a presidente de Escola de Samba, basta terminar a apuração do desfile que já pensa no enredo do próximo ano”

Leia abaixo ou acesse pelo app da Nordeste a coluna do Observatório Político, na edição 213 da NORDESTE

 

Por Hely Ferreira*

 

Embora ainda esteja sendo comemorado pelos vitoriosos o resultado positivo das eleições municipais, não é nada prematuro tratar da agenda eleitoral de 2026. Até o mais ingênuo dos mortais, não acredita quando algum político afirma que só trata do assunto em seu devido tempo. Ora, político se assemelha a presidente de Escola de Samba, basta terminar a apuração do desfile que já pensa no enredo do próximo ano. Sendo assim, a agenda eleitoral para o próximo pleito encontra-se em processo de montagem.

 

Não são poucos os que acreditam que os resultados das urnas nas eleições municipais, podem demonstrar o que se espera para 2026. Para tanto, entendemos que algumas coisas devem ser levadas em consideração, vez que, quando se trata das questões nacionais o quadro sofre mutações. Cravar que o número de prefeituras conquistadas refletirá diretamente na disputa presidencial é um pouco de açodamento.

 

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As realidades municipais, nem sempre corroboram com as realidades nacionais. Alianças que foram construídas visando governar algum município, não é garantia que dois anos depois ainda estarão no mesmo palanque. Na busca pela poder, tudo muda. Assim pensava o pai da dialética e precursor da escola mobilista.

 

Tomando como base o que aconteceu na última eleição presidencial, os dois candidatos que disputaram o segundo turno, coincidentemente os partidos o qual eram e ainda permanecem filiados, não tinham obtido sucesso em nenhuma das capitais dois anos antes e nem por isso deixaram de ser competitivos.

 

Em um quadro eleitoral nacional, pesa muito mais a capacidade de aglutinar apoios, principalmente quando estão em campos que divergem historicamente dos candidatos. Os aliados de plantão são importantes, mas nem sempre são suficientes para o sucesso nas urnas. Conclui-se o quanto é importante ampliar o palanque.

 

*Hely Ferreira é cientista político e colunista da Revista NORDESTE.

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Redacao RNE

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