Os recursos de R$ 327,4 milhões advindos do financiamento do Banco do Nordeste para a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) chegam em boa hora, já que atualmente a cobertura do esgotamento sanitário é de 35,23%, um índice baixo em relação a outros estados da Região. Já a cobertura atual de abastecimento de água no Estado é de 96,4%.
Os valores contratados por meio do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), a serem oficializados pelo BNB nesta quarta-feira (16) em Natal, serão destinados à conclusão de obras prioritárias de esgotamento do Estado, segundo afirmou à revista NORDESTE, o diretor-presidente da Caern, Roberto Linhares.
Serão beneficiadas em torno de 1,3 milhão de pessoas. Além da capital, são contempladas com os recursos as cidades de Assú, Parnamirim e São Paulo do Potengi. A Caern/Governo do Estado também arcará com uma contrapartida no valor de R$ 82 milhões.
“Nas últimas décadas os principais investimentos foram destinados ao abastecimento de água, sempre prezando a segurança hídrica da população e na integração de sistemas com adutoras, por exemplo. Com o financiamento, nos próximos cinco anos, esse percentual relacionado ao esgotamento sanitário deve subir significativamente. Vale destacar que os principais centros urbanos potiguares estão com obras em andamento, a capital, por exemplo, terá um aumento significativo já em 2025 e em cinco anos superará o que determina o marco legal do saneamento”, esclareceu o executivo da Caern.
A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) atua com abastecimento de água e esgotamento sanitário, sendo responsável pelo abastecimento de 153 municípios, dos 167 que compõem o Estado, atendendo também 46 com esgotamento sanitário.
Sobre o financiamento
O uso da linha FNE Verde está alinhado à política de financiamento de projetos que promovem a sustentabilidade ambiental, destacando o caráter prioritário do saneamento básico no desenvolvimento regional. Trata-se de um dos maiores investimentos da Caern para os próximos anos. Além de obras de engenharia civil, estão sendo financiados máquinas e equipamentos. A estimativa é de que sejam gerados quase dois mil empregos diretos até 2027, e, nos picos das construções, 20 mil temporários.
“O prazo de financiamento é de 24 anos, com quatro anos de carência, o que permite à empresa respirar financeiramente durante os primeiros anos da operação, quando as receitas ainda estarão se estabilizando”, explica o superintendente do BNB no Rio Grande do Norte, Jeová Lins. Segundo ele, o paybcak, período em que a Caern começa a ter o retorno do investimento, é estimado em 16 anos.