Personalizar preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudar você a navegar com eficiência e executar certas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies sob cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies que são classificados com a marcação “Necessário” são armazenados em seu navegador, pois são essenciais para possibilitar o uso de funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará como pretendido sem eles. Esses cookies não armazenam nenhum dado pessoalmente identificável.

Bem, cookies para exibir.

Cookies funcionais ajudam a executar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.

Bem, cookies para exibir.

Cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas o número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego, etc.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência do usuário para os visitantes.

Bem, cookies para exibir.

Os cookies de anúncios são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.

Bem, cookies para exibir.

O Nordeste e a história real da indústria discográfica

Produtora cultural Katia Mesel revela detalhes da ROZENBLIT, indústria pernambucana que marcou fase do Brasil 

 

Acesse o conteúdo completo abaixo ou se preferir direto no APP NORDESTE. Matéria públicada na edição 210, da NORDESTE.

 

Por Walter Santos

 

 

Quem se depara na atualidade com a produtora cultural Katia Mesel invariavelmente a encontra envolvida até o pescoço com o resgate memorial da imortal Clarice Lispector, um ícone da literatura e da contestação intelectual, agora tomada de apoios culturais relevantes. Só que o envolvimento dela com a produção de vanguarda remonta fases extraordinárias como o da indústria Rozenblit, no Recife, onde há registro de produção vanguardista desde os anos 70. Eis a entrevista:

 

Revista NORDESTE – A história da música discográfica quando dispunha de comando mercadológico nos anos passados apresentava a ROZENBLIT, em Recife, como referência nacional. Qual sua leitura e o papel da referência na indústria discográfica nacional?

 

Katia Mesel –  A história da Fábrica de Disco Rozenblit é uma das mais importantes da música popular brasileira. Foi fundada em 1954 e por mais de uma década foi a maior produtora de discos em vinil do país, e por muito tempo, a única gravadora nacional. Seu selo: Mocambo!

 

NORDESTE – Daí, Como tudo começou?

 

Katia Mesel –  Por favor exemplo como elemento histórico : José Rozenblit registrou o frevo, ciranda, pastoril, repentistas, românticos, como ninguém! A música pernambucana rolava nas radiolas, dos salões, das saletas, salinhas, terraços e sombrinhas, pois, estava ali, na loja da Rozenblit, na rua da Aurora, no buchicho do Quem me Quer.

 

NORDESTE – Qual o diálogo nacional?

 

Katia Mesel – A nível nacional, a Rozenblit lançava os discos com as músicas vencedoras dos célebres Festivais de Música Popular Brasileira, apenas 2 dias depois do festival, criando assim, uma enorme consideração no meio musical nacional! E deixando as multinacionais boquiabertas, e no fim da fila.

 

NORDESTE – Qual o papel da indústria com o boom na divulgação decisiva do Frevo através de Claudionor Germano, por exemplo?

 

Katia Mesel – José Rozenblit gravou e divulgou o frevo de todas as formas – instrumental, de bloco, de rua, interpretado, imortalizou Capiba, Nelson Ferreira, Claudionor Germano, orquestra da Policia Militar, e muitos outros, não tão famosos.

 

NORDESTE – Quem você representava à época?

 

Lula Cortês e Kátia Mesel. Foto: Arquivo Pessoal

 

Katia Mesel –  Eu não representava ninguém, apenas produzi 4 LPs, no início da década de 70, (Satwa, No Sub Reino dos Metazoários e o álbum duplo, Paêbiru, e Flaviola eo Bando do Sol), todos com a parceria e participação de Lula Côrtes, meu companheiro, na época.

Eram uma produção independente, da ABRACADABRA (eu e Lula). Quem fez o meu contato com José Rozenblit, em 1972, foi meu pai, para fazer o orçamento do Satwa. Todos os ensaios eram na casa da minha família, rolava muita sonzeira! E eu ficava louca para registrar esse som tão novo, magico e psicodélico!

 

NORDESTE – Como a Sra dimensiona o significado da ROZENBLIT nesse tempo depois dos anos 70?

 

Katia Mesel: A Rozenblit existiu, e persistiu com sua proposta apaixonada pela música pernambucana e popular brasileira, até o desaparecimento do imortal José Rozenblit. Depois disso virou outra coisa, que não sei definir. Perdeu-se (da minha visão e interesse) na avalanche de tantas gravadoras de fundo de quintal, de samplers e falsos profetas.

 

NORDESTE – Dados existentes apontam a ROZENBLIT como, por exemplo, por produções musicais a exemplo de Paêbiru, como referência do Nordeste. Na sua opinião, o que isso significa na história particular e do mercado ?

 

Mesel : “Éramos pioneiros”. Foto: Divulgação

 

Katia Mesel – Olha,  Significa que éramos pioneiros! Satwa, de Lula Côrtes e Lailson de Holanda, foi o primeiro disco instrumental, independente do Brasil, foi gravado em 2 canais, de madrugada, para ficar mais barato o uso do estúdio de gravação da Rozenblit. Todas as 4 obras fonográficas, mencionadas acima, foram pagas à Rozenblit: pelo estúdio de gravação, pela impressão gráfica das capas (criação minha), pela prensagem e pelo master.

 

 

Disco de Zé Ramalho, 1978

 

 

Acho que ainda devo ter os recibos dos pagamentos. Quanto a PAÊBIRU, nós (eu e Lula) que selecionamos e convidamos os músicos participantes, nessa época Zé Ramalho, parceiro de Lula, praticamente morava na minha casa. Os ensaios eram lá em casa. Eu alugava o equipamento, ia buscar os músicos em suas casas, oferecia alimentação, fazia o figurino das apresentações, contratava os teatros para os shows de lançamento. O selo SOLAR foi desenhado por mim, com letra set e nankin. As fotos do álbum duplo, são minhas e de Fred Mesel, meu irmão. Fora isso, todos os lançamentos da Mocambo, são exclusivamente da Rozenblit.

 

NORDESTE – Por que a indústria deixou de existir, mandar e se acabar diante de cinco inundações no mesmo lugar? Por que não procuraram outro lugar?

 

Katia Mesel -Sinceramente, não sei responder.

 

NORDESTE – Qual o futuro desse acervo?

 

Katia Mesel – também Sinceramente, não sei responder.

 

NORDESTE – Como a Sra projeta o futuro da indústria cultural do Nordeste e particularmente a partir de Pernambuco?

 

Katia Mesel –  A indústria cultural é fruto de quem faz, do interesse que causa, não só ao turista, mas que agrada o próprio povo. Com o reconhecimento do prazer dos folguedos, do sabor dos sucos, do pote de barro, do peixe na telha, da moda instigante.

Particularmente, Pernambuco, vai de vento em popa! A nossa ebulição cultural não tem freio, tem frevo nas veias! É a diversidade mais variada e diferente do mundo!

Curta e compartilhe:

Walter Santos

Leia mais →

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

enptes